“Unilateral e prejudicial”: agricultores europeus protestam contra novo acordo comercial dos EUA
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Publicado em: 3 de setembro de 2025 / Atualizado em: 3 de setembro de 2025 – Autor: Konrad Wolfenstein
“Unilateral e prejudicial”: agricultores europeus protestam contra novo acordo comercial dos EUA – Imagem criativa: Xpert.Digital
Choque comercial com os EUA: Este acordo custa milhares de milhões aos agricultores europeus
### Novo acordo da UE com Trump: Por que o vinho está ficando mais caro e a carne dos EUA está inundando o mercado ### Acordo fatal: Como a UE está abandonando seus próprios agricultores para evitar uma guerra comercial ### Tarifa de 15% sobre as exportações alemãs: O alto preço que os agricultores europeus estão pagando pela paz com Trump ### EUA em vantagem, UE em desvantagem: O pacto injusto que está dividindo a agricultura europeia ###
Associação de Agricultores da UE alerta para consequências devastadoras do acordo comercial com os EUA
O novo acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, finalizado em agosto de 2025, está gerando uma onda de indignação na agricultura europeia. Associações importantes como a Copa e a Cogeca, que representam milhões de fazendas, criticam o acordo negociado sob a presidência da Comissão Europeia, von der Leyen, e do presidente americano, Trump, por considerá-lo fundamentalmente desequilibrado e ameaçar a existência dos produtores nacionais. O pacto é visto como um erro estratégico que prejudica sistematicamente a agricultura europeia e prejudica enormemente sua competitividade.
No cerne do conflito está uma assimetria dramática nas condições comerciais: enquanto os produtos agrícolas europeus, incluindo produtos de exportação valiosos, como vinho e bebidas destiladas, estarão sujeitos a uma tarifa fixa de 15% no futuro, os produtos dos EUA terão acesso mais fácil e preferencial ao mercado da UE. Este acordo surge num momento em que os agricultores europeus já estão sob enorme pressão devido aos mais elevados padrões ambientais e de produção do mundo, ao aumento dos custos e à acirrada concorrência global. A Comissão Europeia defende o acordo como um mal necessário para evitar uma escalada da guerra comercial, mas para os críticos e agricultores afetados, o preço desta suposta estabilidade é demasiado alto. O acordo não só põe em risco a viabilidade económica de setores-chave, como também levanta questões fundamentais sobre a direção estratégica da política comercial da UE e a futura segurança alimentar.
Adequado para:
- Donald Trump e Ursula von der Leyen – O acordo tarifário de 15% entre a UE e os EUA: Uma análise abrangente das consequências
Protestos em toda a Europa contra acordo aduaneiro unilateral
O recente acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos desencadeou uma onda de protestos na agricultura europeia. As principais associações agrícolas Copa e Cogeca, que representam milhões de agricultores e cooperativas europeias, descrevem o acordo como fundamentalmente desequilibrado e prejudicial aos produtores nacionais. Os críticos argumentam que o acordo, finalizado em agosto de 2025 e resultante de negociações entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, representa um erro estratégico que prejudica sistematicamente a agricultura europeia.
A Associação Alemã de Agricultores expressou claramente sua decepção com a declaração conjunta da UE e dos EUA. A Secretária-Geral designada pela associação, Stefanie Sabet, criticou duramente a Comissão Europeia por firmar acordos unilaterais em detrimento da agricultura europeia e alemã. Essa abordagem é inaceitável e levará a uma deterioração significativa da posição competitiva dos produtores europeus.
Deterioração dramática nas condições comerciais
Os novos termos de troca revelam uma clara assimetria a favor dos Estados Unidos. Enquanto as exportações agrícolas e alimentares europeias para os Estados Unidos estarão sujeitas a uma tarifa uniforme de 15% no futuro, os produtores americanos terão acesso significativamente melhor ao mercado da UE. Este aumento tarifário representa um aumento de dez vezes em comparação com as tarifas médias aplicadas antes do segundo mandato de Trump e representa um ônus sem precedentes para os exportadores europeus.
Particularmente doloroso é o fato de os EUA receberem acesso preferencial ao mercado para seus produtos agrícolas e alimentícios, enquanto os produtores da UE agora enfrentam tarifas significativamente mais altas. O acordo concede aos produtores americanos melhores oportunidades de exportação de produtos suínos, frutas, vegetais, laticínios e frutos do mar para a UE, sem quaisquer garantias palpáveis quanto aos padrões de produção e ambientais.
A Comissão Europeia justifica este acordo argumentando que ele cria estabilidade e previsibilidade e previne uma guerra comercial. Os críticos, no entanto, argumentam que essa suposta estabilidade teve um preço alto demais. A Federação das Indústrias Alemãs (BDI) descreveu o acordo como um sinal fatal, já que a UE está disposta a aceitar tarifas exorbitantes.
Vinho e bebidas espirituosas particularmente afetados
Um aspecto particularmente amargo do acordo é o tratamento dado à indústria de vinhos e destilados. Embora a expectativa mínima fosse a isenção tarifária para vinhos e destilados, uma solução defendida por partes interessadas tanto na UE quanto nos EUA, essa demanda não foi atendida. Em vez disso, esses produtos europeus de exportação de alto valor também estão sujeitos à tarifa de 15%.
Este desenvolvimento é particularmente problemático porque os EUA têm sido tradicionalmente um dos mercados mais importantes para vinhos e destilados europeus de qualidade. Cerca de 30% dos vinhos e destilados exportados da UE têm como destino os Estados Unidos. Os produtores europeus terão agora que aceitar margens de lucro menores ou aumentar seus preços, o que compromete significativamente sua competitividade a longo prazo no mercado americano.
Ao mesmo tempo, denominações geográficas de origem, como Champagne, Roquefort e presunto de Parma, normalmente protegidas nos acordos comerciais da UE, não foram reforçadas. Essa negligência deixa os produtores vulneráveis à imitação e compromete o valor do patrimônio alimentar europeu no exterior.
Concorrência desigual de países terceiros
A situação é ainda mais agravada pelo tratamento desigual de vários parceiros comerciais dos EUA. Enquanto os produtores da UE agora enfrentam tarifas de 15%, países rivais como Austrália e Argentina continuam se beneficiando de tarifas mais baixas, de apenas 10%. Essa discrepância significa que os produtores europeus estão ainda mais desfavorecidos em um segmento-chave, enfraquecendo ainda mais sua posição de mercado em comparação com outros concorrentes internacionais.
Esse tratamento desigual reforça as desvantagens enfrentadas pelos produtores europeus e deixa claro que o acordo está muito distante dos princípios de reciprocidade e comércio justo que a UE normalmente busca em suas relações comerciais.
Desafios estruturais da agricultura europeia
Os atuais problemas comerciais surgem em um momento particularmente desfavorável para a agricultura europeia, que já sofre com encargos estruturais significativos. O setor está sob pressão devido ao aumento de custos, às extensas exigências regulatórias e à crescente concorrência global. Esse triplo ônus torna as barreiras comerciais adicionais particularmente problemáticas.
Os padrões ambientais e de produção europeus são significativamente mais elevados do que em muitos países concorrentes fora da UE. Um estudo do Instituto de Pesquisa HFFA e da Universidade do Ruhr em Bochum calculou que esses padrões oneram a agricultura alemã com custos de aproximadamente € 5,3 bilhões, ou € 315 por hectare. Se existissem condições competitivas comparáveis às dos principais países concorrentes, os custos seriam de apenas € 1,2 bilhão, ou € 69 por hectare.
A mudança estrutural na agricultura europeia está acelerando constantemente. Entre 2020 e 2023, o número de fazendas na Alemanha caiu em 7.800, chegando a 255.000. Enquanto as fazendas menores estão desaparecendo, o tamanho médio das fazendas está aumentando de 63 para 65 hectares. Essa tendência é evidente em toda a Europa, onde cada vez menos fazendas maiores estão assumindo a produção.
Impacto econômico na agricultura alemã
A Alemanha ocupa uma posição especial no cenário agrícola europeu. Como maior produtora de leite e carne suína da UE, a Alemanha detém quotas de mercado de 21% e 20% nessas importantes categorias de produtos, respetivamente. Em carne bovina e ovos, a Alemanha ocupa o segundo lugar, atrás da França, com 15% e 12%, respetivamente. Esta forte posição torna os produtores alemães particularmente vulneráveis às novas barreiras comerciais.
Os EUA já são um dos parceiros comerciais mais importantes da UE no setor agrícola. Em 2024, quase 13% de todas as exportações agrícolas da UE foram para os EUA, com vinho, destilados e óleos vegetais dominando a gama de produtos. O comércio UE-EUA em produtos agrícolas totalizou € 45,8 bilhões em 2024, dos quais 72% foram exportados da UE para os EUA.
As consequências econômicas do novo acordo já são previsíveis. Especialistas preveem um impacto negativo de 0,2% no Produto Interno Bruto alemão. As vendas de produtos alemães para os EUA podem cair permanentemente em quase 16%, embora alguns produtos possam ser desviados para outros países. O valor agregado da indústria alemã deverá cair cerca de 1,5%.
Impacto em vários setores agrícolas
A produção de carne, tradicionalmente um ponto forte da agricultura alemã, enfrenta desafios específicos. A Alemanha produz 16% mais carne do que consome internamente; para a carne suína, esse número chega a 19%. Esses excedentes de exportação tornam a indústria de carne alemã particularmente dependente dos mercados internacionais e, portanto, vulnerável a barreiras comerciais.
A indústria de laticínios é outro setor crucial. A Alemanha continua sendo o maior produtor da UE, com uma produção anual de aproximadamente 32,6 milhões de toneladas de leite. A produção total de leite permaneceu praticamente constante nos últimos anos, embora o número de fazendas tenha diminuído e esteja concentrada em menos fazendas, porém maiores.
Em contraste, a produção de carne vem diminuindo desde 2016 e chegou a apenas 5,93 milhões de toneladas em 2023. O desenvolvimento é particularmente drástico para a carne suína, onde a produção e os estoques caíram 25% até 2024. Essa situação de mercado já difícil é ainda mais agravada pelas novas barreiras comerciais.
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Princípio da precaução vs. princípio da assistência pós-tratamento – Quem ganha no mercado agrícola? A segurança alimentar está em risco?
Comparação de condições e padrões de negociação
Um aspecto fundamental do debate atual diz respeito às diferentes normas de produção e ambientais entre a UE e os EUA. A UE aplica o princípio da precaução, enquanto os EUA aplicam o princípio pós-tratamento, que permite que uma substância seja usada até que se comprove que representa um risco significativo.
Essas diferenças se manifestam concretamente em áreas como o uso de frangos tratados com cloro, carne tratada com hormônios e culturas geneticamente modificadas, cujas importações são proibidas pela UE. Os EUA há muito se preocupam com a falta de acesso desses produtos ao mercado europeu, e os agricultores americanos esperavam que o acordo comercial de Trump regulasse esse acesso.
Os agricultores europeus devem cumprir regulamentações ambientais, climáticas e de bem-estar animal significativamente mais rigorosas do que seus concorrentes americanos. Essas regulamentações incluem, entre outras, a Diretiva-Quadro da Água da UE, o Regulamento de Fertilizantes alterado, as regras da UE sobre a comercialização de pesticidas e normas específicas para a pecuária.
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Reações e reivindicações políticas
As reações dos formuladores de políticas agrícolas europeias ao acordo comercial têm sido claramente críticas. A COPA e a COGECA solicitam com urgência uma avaliação de impacto do acordo no setor agrícola da UE, incluindo uma análise detalhada dos efeitos de substituição. As associações também exigem que a Comissão Europeia continue as negociações com os EUA sobre reduções tarifárias para as principais exportações agrícolas.
A Associação Alemã Raiffeisen está particularmente preocupada com as flutuações de preços resultantes da política tarifária protecionista americana. A questão mais problemática não são tanto as tarifas diretas de Trump, mas sim uma possível reação da UE. Se as importações de matérias-primas dos EUA fossem sujeitas a tarifas, isso teria repercussões significativas, especialmente para o mercado de milho.
O think tank Farm Europe alerta que a Comissão Europeia não conseguiu, até o momento, defender os interesses agressivos da UE no setor agrícola e alimentar. Se considerarmos o acordo como um ponto de partida para futuras negociações, percebemos que a agricultura europeia já está consideravelmente atrasada.
Perspectivas e incertezas de longo prazo
Os efeitos a longo prazo do acordo comercial ainda não são totalmente previsíveis, mas a tendência é preocupante. As relações comerciais transatlânticas, que até agora têm sido uma tábua de salvação do comércio global, podem ser fundamentalmente alteradas. Com um volume comercial anual de € 1,68 trilhão, os EUA e a UE mantêm a relação econômica mais extensa do mundo.
A UE é o maior exportador mundial de produtos agrícolas e alimentares, com os EUA em segundo lugar, por uma ampla margem. Em 2023, a UE exportou produtos agrícolas e alimentares no valor de 229 mil milhões de euros, principalmente para o Reino Unido, os EUA e a China, com um superávit comercial de 70 mil milhões de euros.
No entanto, especialistas alertam para a imprevisibilidade do governo Trump. Políticas erráticas e mudanças repentinas de direção dificultam a previsão da persistência do acordo atual a longo prazo. Trump nunca descarta completamente as ameaças tarifárias, e novas perturbações por parte de Washington são esperadas.
Impacto na competitividade
O novo regime comercial agrava significativamente os problemas de concorrência existentes na agricultura europeia. Os modelos de negócios baseados na exportação de empresas europeias para o mercado americano funcionarão apenas de forma limitada no futuro. Por enquanto, não se espera um retorno ao antigo normal de uma troca de bens e serviços próspera e em grande parte sem barreiras no comércio transatlântico.
Para muitas pequenas empresas exportadoras europeias, realocar a produção para os EUA é muito caro, demorado e, dada a política errática dos EUA, arriscado. Somente grandes corporações podem ter a opção de realocar a produção europeia para fábricas existentes nos EUA para evitar tarifas.
A situação é agravada pelos esforços paralelos para simplificar a Política Agrícola Comum da UE. A Comissão Europeia apresentou um pacote abrangente de medidas que poderá gerar uma poupança anual de até 1,58 mil milhões de euros para os agricultores e de 210 milhões de euros para as administrações nacionais. Estas simplificações visam apoiar a competitividade, a resiliência e a digitalização do setor agrícola.
Impactos sistêmicos na segurança alimentar
O acordo comercial também levanta questões sobre a segurança alimentar da Europa a longo prazo. O Comissário Europeu para a Agricultura, Christophe Hansen, enfatiza que a segurança alimentar tem sido considerada garantida há demasiado tempo e que o setor agrícola e alimentar é de importância estratégica para a segurança europeia.
Neste contexto, é importante reduzir as dependências que representam vulnerabilidades. A UE está a trabalhar numa estratégia para as proteínas, a fim de aumentar a produção de proteínas na UE e diversificar os fornecedores. Ao mesmo tempo, a Comissão está empenhada em promover uma maior reciprocidade nas relações comerciais e uma maior harmonização dos padrões de produção.
A discrepância entre os elevados padrões europeus e os requisitos mais rigorosos em países terceiros continua a ser um problema fundamental. A Comissão considera que um pesticida perigoso proibido na UE também não deve ser permitido em produtos importados.
Reformas necessárias
A situação atual deixa claro que são necessárias reformas fundamentais na política comercial europeia. A discriminação sistemática contra a agricultura nas negociações comerciais da UE tornou-se uma tendência preocupante. A Comissão deve explicar como os resultados atuais são coerentes com os objetivos declarados do papel estratégico do setor agrícola para a Europa, o fortalecimento das zonas rurais e o comércio justo.
A agricultura europeia enfrenta o desafio de manter sua competitividade em um ambiente internacional em deterioração. Isso exige não apenas uma revisão da estratégia comercial, mas também uma discussão fundamental sobre o equilíbrio entre altos padrões ambientais e de produção, por um lado, e a competitividade internacional, por outro.
Os próximos meses mostrarão se a UE conseguirá mitigar os efeitos negativos do acordo comercial e alcançar uma posição mais equilibrada nas relações comerciais transatlânticas. Sem ajustes significativos, a agricultura europeia corre o risco de agravar ainda mais a sua já difícil situação num mercado global cada vez mais competitivo.
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