Inquérito Eurobarómetro: Defesa e segurança como principais prioridades da União Europeia
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Publicado em: 4 de setembro de 2025 / Atualizado em: 4 de setembro de 2025 – Autor: Konrad Wolfenstein
Inquérito Eurobarómetro: Defesa e segurança como principais prioridades da União Europeia – Imagem: Xpert.Digital
9 em cada 10 exigem isso: O forte apelo dos europeus por mais unidade e força
Cidadãos em conflito: a segurança é a principal prioridade, mas a inflação é a que mais prejudica
Numa Europa marcada por profundas incertezas geopolíticas e pressões económicas, a opinião pública mudou decisivamente. O mais recente inquérito Eurobarómetro, da primavera de 2025, pinta um quadro claro: a defesa e a segurança ascenderam à principal prioridade dos cidadãos da União Europeia, refletindo a nova realidade desde a guerra na Ucrânia.
No entanto, esta mudança histórica de prioridades anda de mãos dadas com um sentimento de confiança notavelmente forte na comunidade. O inquérito revela não só um dos mais elevados índices de aprovação à adesão à UE nas últimas duas décadas e um crescente otimismo em relação ao futuro, mas também o desejo avassalador de 90% dos europeus por uma maior unidade e soluções comuns para as crises globais. Embora a principal direção estratégica seja no sentido de uma União mais resiliente, as pressões económicas permanecem palpáveis na vida quotidiana: a inflação e o aumento do custo de vida são as preocupações pessoais mais prementes das pessoas. Este inquérito pinta o retrato de uma União em transição – uma União cuja população exige força externamente e solidariedade e segurança económica internamente, e na qual confia para superar estes desafios complexos.
O que é o Eurobarómetro?
O Eurobarômetro é um importante instrumento de pesquisa de opinião pública na União Europeia, que mede a opinião pública dos cidadãos europeus sobre diversas questões políticas e sociais desde 1973. O inquérito é encomendado pela Comissão Europeia duas vezes por ano em todos os Estados-Membros da UE e serve como fonte central para monitorizar as tendências da opinião pública entre a população europeia. Para cada inquérito padrão semestral, são entrevistados aproximadamente 1.000 cidadãos da UE com 15 anos ou mais por Estado-Membro; na Alemanha, a amostra é tradicionalmente de 2.000 e 1.500, respetivamente.
O Eurobarômetro examina questões-chave sobre atitudes sociais e políticas em relação a questões-chave enfrentadas pela União Europeia, como a situação social, a integração de minorias, a saúde, a cultura, as tecnologias da informação, a proteção ambiental, o euro e a integração europeia. A metodologia inclui perguntas-padrão consistentes e perguntas variáveis sobre diversos temas atuais. Desde 2007, o Parlamento Europeu também realiza os seus próprios inquéritos Eurobarômetro, com foco em questões específicas que o Parlamento enfrenta, incluindo as eleições europeias.
Os dados do Eurobarômetro são processados e documentados cientificamente pelo GESIS e outros arquivos para fornecer análises aprofundadas a pesquisadores e ao público. A combinação da diversidade de tópicos pesquisados de forma consistente ao longo do tempo, a regularidade da publicação e a cobertura geográfica fazem do Eurobarômetro uma fonte única de conhecimento e informação na União Europeia.
Os resultados da pesquisa da primavera de 2025
O último inquérito Eurobarómetro, realizado entre 5 e 29 de maio de 2025 em todos os Estados-Membros da UE, baseou-se em 26.410 entrevistas presenciais em vídeo e revela mudanças notáveis nas prioridades da população europeia. A defesa e a segurança foram citadas por 37% dos inquiridos como a prioridade mais importante para o reforço da influência global da UE. Esta evolução reflete a evolução da situação geopolítica que a Europa enfrenta face à guerra em curso na Ucrânia e a outras ameaças internacionais.
Os entrevistados classificaram competitividade, economia e indústria como a segunda maior prioridade, com 32%, seguidas por independência energética, recursos e infraestrutura, com 27%. Esses resultados demonstram que os cidadãos europeus consideram tanto a força militar quanto a econômica cruciais para o futuro da União.
A distribuição geográfica das prioridades revela um padrão interessante: em 13 dos 27 Estados-Membros da UE, incluindo França, Alemanha e Polónia, a defesa e a segurança ocupam o primeiro lugar. Em dez países, incluindo Itália e Grécia, a competitividade, a economia e a indústria foram apontadas como as prioridades mais importantes. Na Eslovénia, Eslováquia e Roménia, a segurança alimentar e a agricultura lideraram a lista.
O apoio à adesão à UE atinge novos patamares
A pesquisa também mostra uma melhora notável nas percepções gerais da UE. Mais da metade dos entrevistados, ou 52%, têm uma opinião positiva da União, um aumento de dois pontos percentuais desde a última pesquisa. Esta é apenas a terceira vez nas últimas duas décadas que a maioria dos europeus expressou uma percepção positiva da UE. Os picos anteriores foram registrados no outono de 2021, com 54%, durante a campanha de vacinação contra a COVID-19, e na primavera de 2022, com 52%, imediatamente após o início da guerra na Ucrânia.
Um dado particularmente revelador é que 73% dos entrevistados afirmaram que seu país se beneficiou da adesão à UE. Os níveis mais altos de aprovação foram registrados na Dinamarca, Irlanda e Malta, enquanto os mais baixos foram registrados na Áustria, Bulgária e República Tcheca. Os entrevistados citaram a paz e a segurança (37%) e a melhoria da cooperação entre os países europeus (36%) como os principais benefícios.
O apelo por mais unidade e soluções comuns
Uma esmagadora maioria de 90% dos europeus acredita que os Estados-membros da UE devem demonstrar maior unidade para enfrentar os desafios globais. Além disso, 68% acreditam que o papel da UE na proteção dos cidadãos contra crises globais deve ser reforçado. Estes números demonstram o forte desejo da população europeia por uma União mais coesa e eficaz.
Delphine Colard, porta-voz do Parlamento Europeu, afirmou que nove em cada dez entrevistados não só exigem unidade, como também desejam mais financiamento. Setenta e oito por cento dos entrevistados acreditam que seria benéfico implementar projetos com financiamento conjunto, pois isso proporciona maior valor agregado do que o financiamento em nível nacional. Esses resultados demonstram uma notável disposição dos cidadãos europeus em aceitar maior integração e responsabilidade compartilhada.
Hub de segurança e defesa - conselhos e informações
O Hub de Segurança e Defesa oferece conselhos bem fundamentados e informações atuais, a fim de apoiar efetivamente empresas e organizações no fortalecimento de seu papel na política de segurança e defesa européia. Em estreita conexão com o Grupo de Trabalho de Connect SME, ele promove pequenas e médias empresas (PMEs), em particular, que desejam expandir ainda mais sua força e competitividade inovadoras no campo da defesa. Como ponto central de contato, o hub cria uma ponte decisiva entre as PME e a estratégia de defesa européia.
Adequado para:
O mercado interno continua a ser fundamental: como a UE assegura o crescimento, as infraestruturas e a estabilidade
As questões mais importantes para o Parlamento Europeu
Em relação às questões específicas que o Parlamento Europeu deve abordar, 41% dos entrevistados citaram a inflação, o aumento dos preços e o custo de vida como os desafios mais importantes. Isso reflete o impacto direto da atual situação econômica na vida cotidiana dos cidadãos. Defesa e segurança ficaram em segundo lugar, com 34%, seguidas pelo combate à pobreza e à exclusão social, com 31%.
A pesquisa também constatou que 72% das pessoas acreditam que as políticas da UE têm impacto em suas vidas cotidianas. Metade considerou esse impacto positivo, 31% neutro e 18% negativo. Esses números demonstram que a UE é cada vez mais percebida como um ator relevante na vida dos cidadãos.
Otimismo para o futuro da Europa
Um resultado particularmente encorajador da pesquisa é o aumento do otimismo em relação ao futuro da UE. 66% dos entrevistados expressaram opiniões positivas sobre as perspectivas futuras da União, o nível mais alto desde 2020-2021. O otimismo é ainda maior entre os europeus mais jovens, de 15 a 24 anos, com 72% acreditando que as coisas estão caminhando na direção certa na UE.
Estes elevados níveis de otimismo entre os jovens são particularmente notáveis, visto que representam a geração que terá de conviver por mais tempo com as atuais decisões políticas da UE. A sua confiança na integração europeia e a sua atitude positiva em relação ao futuro da União são indicadores importantes da estabilidade e legitimidade a longo prazo do projeto europeu.
A dimensão geopolítica das prioridades de segurança
A ênfase na defesa e na segurança como prioridade máxima reflete a situação geopolítica drasticamente alterada em que a Europa se encontra desde o ataque russo à Ucrânia em fevereiro de 2022. Os Estados-Membros da UE já tomaram medidas significativas para fortalecer suas capacidades de defesa e aumentar sua autonomia estratégica.
Em março de 2025, a Comissão Europeia apresentou o plano ReArm Europe, posteriormente renomeado Preparação 2030. Este ambicioso programa visa mobilizar até 800 mil milhões de euros para a defesa europeia. O plano inclui cinco medidas principais: ativar a cláusula de salvaguarda nacional do Pacto de Estabilidade e Crescimento, utilizar o instrumento SAFE para empréstimos de até 150 mil milhões de euros, utilizar programas da política de coesão para fins de defesa, expandir os empréstimos do Grupo Banco Europeu de Investimento e mobilizar capital privado.
Respostas nacionais aos desafios de segurança
Cada Estado-membro da UE respondeu de forma diferente aos novos desafios de segurança, com os gastos com defesa aumentando drasticamente em toda a UE. A Alemanha realizou uma reversão fundamental em sua política fiscal e, em março de 2025, adotou uma reforma abrangente do freio da dívida, que isenta gastos com defesa acima de 1% do PIB da regra constitucional da dívida. O orçamento de defesa alemão deverá aumentar de aproximadamente € 52 bilhões em 2024 para os € 152,8 bilhões previstos para 2029.
Com a Lei de Programação Militar 2024-2030, a França destinou um total de € 413 bilhões para os anos de 2024 a 2030, representando um aumento nominal de aproximadamente 40% em relação ao plano anterior. A Polônia, que já gasta 4,2% do seu PIB em defesa — o maior percentual entre todos os aliados da OTAN — solicitou € 45 bilhões do programa SAFE da UE.
O papel do Banco Europeu de Investimento
O Banco Europeu de Investimento expandiu significativamente seu papel no fortalecimento das capacidades de defesa europeias. O Grupo BEI aumentou seu teto de empréstimos para 2025 para um recorde de 100 bilhões de euros e introduziu novos programas destinados a fortalecer a competitividade, a liderança tecnológica e a segurança da Europa. O programa de financiamento para fornecedores europeus de defesa triplicou para 3 bilhões de euros.
O BEI está se concentrando em três áreas principais: maior apoio à infraestrutura para combater diversas ameaças, investimentos em tecnologias-chave modernas, como inteligência artificial e drones, e acesso a financiamento para pequenas e médias empresas nos setores de segurança e defesa. É importante ressaltar que armas e munições continuam excluídas do financiamento do BEI.
Benefícios económicos da adesão à UE
Apesar do novo foco em segurança e defesa, os benefícios econômicos fundamentais da adesão à UE não devem ser ignorados. Todos os Estados-membros se beneficiam do mercado interno comum da UE, não apenas os beneficiários líquidos. Em 2019, aproximadamente dois terços do comércio total entre os Estados-membros da UE foram com outros Estados-membros.
Estudos mostram que a Alemanha é um dos maiores vencedores entre os Estados-membros, com um ganho anual de bem-estar de € 1.046 per capita. A abolição do mercado interno da UE levaria a uma queda de 25% a 35% no comércio entre os membros da UE e reduziria o PIB alemão em 7,9%. Países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Portugal, também se beneficiam significativamente das medidas de infraestrutura da UE. Sem o financiamento da UE e as conexões com os eixos europeus de transporte e telecomunicações, muitos desses Estados jamais teriam financiado a expansão de sua infraestrutura.
Desafios e desenvolvimentos futuros
O elevado nível de apoio à defesa e à segurança como prioridades não significa que outras áreas importantes devam ser negligenciadas. A UE enfrenta o desafio de encontrar um equilíbrio entre as suas diversas áreas políticas, respondendo simultaneamente às necessidades e expetativas em constante mudança dos seus cidadãos. Os resultados do inquérito demonstram claramente que os europeus desejam uma UE que os proteja e atue em unidade.
O apoio a uma política comum de defesa e segurança atingiu 81%, o nível mais alto desde 2004. Ao mesmo tempo, 78% expressaram preocupação com a segurança e a defesa da UE nos próximos cinco anos. Esses números ressaltam a urgência com que os cidadãos europeus esperam um fortalecimento das capacidades de defesa.
A UE também deve levar a sério as preocupações dos cidadãos em relação a outras questões importantes. A inflação e o aumento do custo de vida continuam sendo as principais preocupações de muitos europeus. A União deve demonstrar que pode garantir tanto a segurança quanto o bem-estar econômico de seus cidadãos.
Eurobarómetro 2025: Elevada aprovação, exigência de unidade e política de segurança mais forte
O inquérito Eurobarómetro da primavera de 2025 traça o panorama de uma UE que enfrenta mudanças fundamentais. A priorização da defesa e da segurança reflete a nova realidade geopolítica em que a Europa deve afirmar-se. Ao mesmo tempo, os elevados índices de aprovação da adesão à UE e o crescente otimismo em relação ao futuro demonstram que os cidadãos confiam na capacidade da União para enfrentar estes desafios.
A enorme demanda por maior unidade e soluções conjuntas constitui um mandato claro para que as instituições europeias atuem de forma mais decisiva e coordenada. A disposição dos cidadãos em aceitar mais financiamento conjunto abre novas oportunidades para programas europeus ambiciosos.
Os próximos anos serão cruciais para que a UE possa atender às expectativas dos seus cidadãos. Este elevado nível de apoio representa tanto uma oportunidade como uma responsabilidade. A União deve provar que tem a resposta certa para os desafios do século XXI — tanto na política de segurança e defesa como em todas as outras áreas relevantes para a vida dos cidadãos europeus.
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