Controvérsias sobre as energias renováveis no País Basco: entre a proteção do clima e a conservação da natureza
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Publicado em: 31 de agosto de 2025 / Atualizado em: 31 de agosto de 2025 – Autor: Konrad Wolfenstein
Controvérsias em torno das energias renováveis no País Basco: Entre a proteção do clima e a conservação da natureza – Imagem: Xpert.Digital
Energia verde, conflitos difíceis: projetos solares e a resistência da agricultura
Novos projetos de energia solar em Álava – O desenvolvimento ambivalente das energias renováveis no País Basco
O País Basco, como muitas outras regiões, enfrenta o desafio de promover a expansão urgente das energias renováveis sem descurar a proteção ambiental e os interesses agrícolas. Decisões regulatórias recentes demonstram claramente essas tensões: enquanto projetos de energia solar estão recebendo sinal verde, projetos de energia eólica estão sendo cada vez mais rejeitados devido ao seu impacto ambiental.
Esta situação reflete um conflito mais amplo que se desenrola em toda a Europa. Por um lado, a expansão massiva das energias renováveis é essencial para atingir as metas climáticas, mas, por outro, as preocupações ecológicas e sociais devem ser levadas em consideração.
Novos projetos de energia solar em Álava: avanços e desafios
As autoridades bascas aprovaram recentemente diversos projetos solares de grande porte que ampliarão significativamente o portfólio energético da região. Em 24 horas, a empresa Bailén Energía recebeu licenças para duas usinas fotovoltaicas na região de Oyón, cada uma com capacidade total de um megawatt. Esses projetos, denominados "Val" e "Muga", compreendem um total de 1.680 módulos solares com potência individual de 0,7 quilowatts-pico e serão construídos em três terrenos dentro de um polígono.
No entanto, a licença está sujeita a condições rigorosas. As obras devem ser executadas rigorosamente de acordo com o projeto aprovado, e uma solução técnica para a interseção e interrupção da rede de irrigação deve ser acordada com a cooperativa de irrigação local antes do início da construção. Essas condições ilustram o complexo equilíbrio entre a produção de energia e as estruturas agrícolas existentes.
Ao mesmo tempo, projetos maiores também registraram progressos significativos. A Solaria e a Agência Basca de Energia (EVE) receberam declarações de impacto ambiental positivas para suas usinas fotovoltaicas Vitoria 1 e Vitoria 2, com capacidade total de 100 megawatts. Essas usinas, localizadas em Arratzua-Ubarrundia, Elburgo e Vitoria-Gasteiz, devem gerar energia verde por mais de 30 anos e evitar a emissão de 50.000 toneladas de CO2 anualmente. A eletricidade produzida por essas usinas pode abastecer aproximadamente 60.000 residências por ano e deverá ser fornecida a empresas bascas a preços altamente competitivos.
O projeto mais ambicioso, no entanto, é o parque solar Ekienea, em Armiñón, que, com 231.000 módulos solares e uma capacidade de 125,89 megawatts, é o projeto fotovoltaico mais significativo do País Basco até o momento. A instalação ocupará 200 hectares, sendo 100 hectares dedicados a módulos solares e outros 100 hectares à conservação da natureza e preservação florestal. O projeto reúne parceiros públicos e privados: a Iberdrola, como principal acionista (75%), a empresa basca de energia EVE (18%), a empresa de engenharia Krean (5%) e o Conselho Provincial de Álava (2%).
Rejeição de projetos de energia eólica: proteção ambiental antes da geração de energia
Embora a energia solar tenha apoio no País Basco, os projetos de energia eólica enfrentam considerável oposição, especialmente quando planejados em áreas ecologicamente sensíveis. Um exemplo marcante disso é a rejeição dos projetos dos parques eólicos Haya 1 e Haya 2 em Balmaseda pelas empresas Side Recovery Systems.
A decisão baseia-se principalmente no impacto dramático sobre a população local do abutre-de-alimochen, uma espécie de abutre ameaçada de extinção. A região de Encartaciones abriga uma das populações mais importantes de abutre-de-alimochen da Europa, com uma das maiores densidades populacionais da espécie no continente. Os dez casais reprodutores em Encartaciones representam um quinto de toda a população basca, e esta região abriga a maior área de dormitório da costa cantábrica em termos de número de indivíduos.
As quatro turbinas eólicas planejadas e suas estradas de acesso estariam localizadas a menos de um quilômetro de habitats críticos para esta espécie. As autoridades avaliaram isso como um impacto direto e irracional sobre uma espécie vulnerável a mudanças de habitat e listada no Catálogo Basco de Espécies Ameaçadas. O impacto potencial foi classificado como uma intervenção crítica que não poderia ser corrigida nem por meio de construção nem por medidas compensatórias durante a fase operacional.
A área ao redor dos parques eólicos planejados também contém três áreas de interesse especial e áreas protegidas para alimentação de necrófagos. Outros impactos ambientais dizem respeito a vários aspectos da fauna: vários trechos das estradas de acesso planejadas e partes das linhas aéreas de energia se sobrepõem a riachos que fazem parte da área de interesse especial para o vison-europeu.
A população de Alimoche: um indicador de integridade ecológica
O abutre-do-egito (Neophron percnopterus) serve como um importante indicador da saúde ecológica da região. Em Biscaia, um programa de manejo em andamento desde 2010 obteve um sucesso impressionante: o número de filhotes que conseguiram emplumar triplicou em doze anos. A administração provincial localizou 110 ninhos desta espécie ameaçada de extinção.
Uma conquista particularmente significativa é o estabelecimento de um local de repouso descoberto em 2018. Embora inicialmente 40 espécimes subadultos tenham se reunido lá, 106 indivíduos foram contados até o verão de 2022. Esses locais de repouso são de grande importância para o futuro da população de Alimochen, pois são locais de formação de pares e fornecem os espécimes que substituem as perdas nos territórios ocupados, tanto em Bizkaia quanto nas comunidades autônomas vizinhas.
Estima-se que a população seja de 55 casais reprodutores em toda a região de Euskadi, enquanto entre 12.000 e 38.000 alimoches permanecem em todo o mundo. A Península Ibérica abriga cerca de 70% da população europeia desta espécie. Esses números reforçam a responsabilidade especial da região pela conservação desta espécie ameaçada.
Resistência a projetos de grande escala: Agricultura versus transição energética
Os megaprojetos planejados pela Solaria geraram protestos massivos. Os projetos Solaria Zierbena 2, 3 e 4 preveem três parques solares em Álava e uma linha de alta tensão para transportar eletricidade para Zierbena, na Bizkaia. Esses projetos geraram uma onda de objeções de diversas associações, agricultores e grupos ambientalistas.
A Associação Agrícola de Alavés (UAGA) criticou duramente o projeto revisado, acusando-o de persistir com "as mesmas irregularidades" e de seguir "o mesmo modelo insustentável do anterior". A associação argumenta que esses sistemas fotovoltaicos violam diversas regulamentações e são "incompatíveis com a agricultura de Alavés".
A crítica alega especificamente que as instalações violariam o Plano Territorial Setorial para a Agrofloresta. A área ocupada pelas três usinas solares é de 141,64 hectares em terras de alto valor estratégico e 173,78 hectares em paisagens rurais de transição. Plataformas como Barakaldo Naturala e Mendietan Eolikorik Ez também apresentaram objeções, exigindo a inadmissibilidade do projeto devido à sua natureza ilegal e aos impactos ambientais negativos.
As associações Zuia Bidean e Urkabustaiz Babestuz apresentaram conjuntamente 2.730 objeções ao projeto e não descartam ações judiciais. Elas enfatizam que não se trata mais apenas de Solaria, mas de um modelo imposto sem consulta e de uma política que se tornou desconectada de sua população.
Vários protestos de tratores ocorreram nas ruas de Vitória, com centenas de pessoas e dezenas de tratores protestando contra o "assédio" por parte de promotores de projetos de energia renovável que buscam "ocupar" terras agrícolas. Os manifestantes denunciaram um "roubo" realizado "com a inestimável ajuda de nossas instituições atuais".
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Novidade: Patente dos EUA – Instale parques solares até 30% mais barato e 40% mais rápido e fácil – com vídeos explicativos! - Imagem: Xpert.Digital
No cerne deste avanço tecnológico está o afastamento deliberado da fixação convencional por grampos, que tem sido o padrão por décadas. O novo sistema de montagem, mais rápido e econômico, aborda essa questão com um conceito fundamentalmente diferente e mais inteligente. Em vez de fixar os módulos em pontos específicos, eles são inseridos em um trilho de suporte contínuo com formato especial e fixados com segurança. Este design garante que todas as forças incidentes — sejam cargas estáticas da neve ou cargas dinâmicas do vento — sejam distribuídas uniformemente por todo o comprimento da estrutura do módulo.
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Impactos ambientais das energias renováveis: um complexo ato de equilíbrio
O debate no País Basco reflete um desafio pan-europeu: como promover a necessária expansão das energias renováveis sem custos ecológicos e sociais excessivos? As turbinas eólicas têm impactos ambientais comprovadamente maiores do que os sistemas de energia solar. Grandes turbinas eólicas prejudicam significativamente a paisagem e podem colocar em risco aves e morcegos.
A energia solar é considerada uma das formas de produção de energia menos nocivas ao meio ambiente. A geração de energia não produz emissões de CO2, os sistemas operam praticamente silenciosamente e não consomem recursos naturais. Os módulos solares são até 95% recicláveis e seu principal componente, o silício, é abundantemente disponível.
No entanto, mesmo os sistemas de energia solar não estão isentos de impactos ambientais. Grandes sistemas de espaços abertos podem ocupar terras agrícolas e fragmentar habitats. No entanto, conceitos inovadores como a agrofotovoltaica permitem o uso duplo, onde sistemas fotovoltaicos são instalados sobre campos ou plantações. O projeto Ekienea exemplifica como a energia solar pode ser combinada com a conservação da natureza e o uso sustentável do solo.
A Estratégia Energética Basca 2030: Metas ambiciosas e desafios práticos
O País Basco busca metas ambiciosas com sua Estratégia Energética 2030. O objetivo é atingir uma participação de 21% de energia renovável no consumo final de energia até o final da década. Essa meta está em linha com as diretrizes europeias e visa contribuir para tornar a região mais independente de combustíveis fósseis.
A Agência Basca de Energia (EVE) desempenha um papel central na implementação desta estratégia. Como agência do governo basco, é responsável pela implementação de projetos e iniciativas que visam a diversificação das fontes de energia e a promoção das energias renováveis. A EVE recomenda estratégias e participa ativamente na sua implementação e desenvolvimento.
O setor energético do País Basco é estrategicamente importante e demonstra forte dinamismo em toda a cadeia de valor. Isso inclui a fabricação de bens de capital e serviços para a instalação e manutenção de infraestrutura energética. O País Basco se posicionou como um centro de conhecimento global e referência industrial.
Abordagens inovadoras e projetos modelo
O projeto Ekienea demonstra como a energia renovável pode ser combinada com a conservação da natureza e o desenvolvimento regional. Além das áreas de produção de energia, uma parte significativa do local será usada para medidas de compensação, incluindo reflorestamento e proteção de áreas florestais existentes. A instalação segue, portanto, as diretrizes para o desenvolvimento de energia renovável ecologicamente correta, firmemente ancoradas no Plano Energético Basco.
O projeto integra diversas medidas de promoção da biodiversidade: uma faixa de proteção de 150 metros de largura, que se estende da Lagoa Lacorzana, será plantada com carvalhos e arbustos nativos. Um corredor ecológico conectará a lagoa à usina solar e às planícies de inundação existentes. Áreas adicionais serão reflorestadas com plantas lenhosas que gostam de umidade, como freixo e amieiro. Além disso, o acúmulo de pedras e madeira criará lagoas artificiais e habitats para anfíbios e outros animais.
O uso multifuncional do solo permite que o espaço entre os módulos seja usado como pasto para ovelhas, para operar agrofotovoltaicos diversificados com cultivo de vegetais e frutas organicamente gerenciados e para cultivar forragens para uso agrícola.
Impactos econômicos e sociais
O investimento de € 70 milhões no parque solar de Ekienea impulsionará principalmente a economia local e o emprego. Estão previstos até 300 novos empregos durante as fases de pico da construção, complementados por vagas permanentes para operação e manutenção da usina. Os municípios também serão beneficiados por novas fontes de receita e pelo fortalecimento da infraestrutura regional.
A produção anual projetada de 155 gigawatts-hora permitirá que aproximadamente 47.500 residências sejam abastecidas com eletricidade limpa anualmente. O Ekienea evitará aproximadamente 12.400 toneladas de emissões de gases de efeito estufa anualmente e contribuirá para a descarbonização da região.
Como sinal de seu compromisso com o País Basco, a Solaria criou uma empresa basca chamada Solaria Eguzki Sorkuntza no Parque Tecnológico de Álava, que atualmente emprega 20 pessoas e deve crescer ainda mais nos próximos meses.
Desafios e conflitos de interesse
Os protestos em Álava evidenciam as tensões fundamentais entre as diferentes reivindicações de uso da terra. Agricultores e pecuaristas se veem ameaçados pelos projetos de grande porte e temem a perda de terras produtivas. Mais de 50.000 objeções foram apresentadas contra os "megaprojetos" de energia renovável que "ameaçam" o território de Álava.
Críticos argumentam que a chamada transição energética está sendo usada como "desculpa" para grandes corporações "fazerem negócios às custas do território". Eles reclamam que os projetos não atendem a nenhum critério, plano ou previsão para sua implementação.
Particularmente controverso é o uso de terras agrícolas de alto valor estratégico. Os manifestantes veem isso como uma "aceleração da destruição irreversível da biodiversidade e da perda de terras aráveis, florestas e pastagens". Eles reclamam que as pessoas que dependiam da vida rural estão sendo deslocadas de suas terras.
O papel da conservação da natureza nas decisões energéticas
A rejeição dos projetos de parques eólicos em Balmaseda demonstra como considerações de conservação podem ser decisivas em decisões energéticas. A proteção de espécies ameaçadas de extinção, como o alimoche, foi priorizada em detrimento dos interesses da indústria energética. Esta decisão está em conformidade com as diretivas da UE sobre proteção de espécies e as regulamentações nacionais sobre espécies ameaçadas de extinção.
A importância da região de Encartaciones como um "verdadeiro santuário para o Alimoche" foi reconhecida como um fator decisivo. As autoridades enfatizaram que a instalação dos parques eólicos representaria uma perturbação direta e inaceitável para uma espécie sensível a mudanças de habitat.
Ao mesmo tempo, o exemplo das usinas solares aprovadas mostra que projetos de energia renovável podem de fato ser realizados se forem devidamente planejados e dotados das medidas de proteção ambiental necessárias.
Inovação tecnológica e sustentabilidade
O País Basco aposta na inovação tecnológica para enfrentar os desafios da transição energética. O Centro de Manufatura Avançada no Setor de Energia Eólica (WINDBOX), apoiado pelo governo basco, está aprimorando seu posicionamento internacional em termos de padrões tecnológicos e competitividade de fornecedores.
A colaboração com renomadas empresas regionais serve como catalisadora para a inovação tecnológica. Empresas como Ingeteam, Arteche, Ormazabal e Haizea Wind fornecem componentes, sistemas de controle e soluções de TI. O projeto Ekienea também oferece espaço para pesquisa e desenvolvimento de modelos agrofotovoltaicos e de biodiversidade, bem como para testar projetos de módulos inovadores que alcancem sinergias ecológicas e econômicas.
Energia solar e conservação da natureza: o complexo ato de equilíbrio no País Basco
A experiência do País Basco demonstra que a expansão das energias renováveis é um ato complexo de equilíbrio entre diversos interesses. Embora as metas climáticas exijam uma expansão rápida, os limites ecológicos devem ser respeitados e a aceitação social deve ser garantida.
Os projetos bem-sucedidos de energia solar demonstram que, com planejamento cuidadoso e medidas de compensação adequadas, as energias renováveis podem ser expandidas de forma ambiental e socialmente sustentável. Por outro lado, a rejeição de projetos eólicos em áreas ecologicamente sensíveis demonstra que a conservação da natureza deve continuar sendo uma prioridade.
Os protestos em curso destacam a necessidade de uma abordagem mais inclusiva, que envolva todas as partes interessadas nos processos de planejamento desde o início. Somente por meio de uma abordagem transparente e participativa a transição energética poderá ser bem-sucedida e sustentável.
A região enfrenta o desafio de atingir suas ambiciosas metas climáticas sem sacrificar os valores naturais e culturais que definem o País Basco. Os diversos projetos e controvérsias demonstram tanto as possibilidades quanto as limitações dessa transformação.
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