Publicado em: 7 de janeiro de 2025 / Atualização de: 7 de janeiro de 2025 - Autor: Konrad Wolfenstein
Manter-se competitivo: o papel fundamental da inovação na indústria alemã
A indústria encontra os serviços: por que a colaboração entre indústrias é crucial
A economia alemã teve de se reinventar continuamente nas últimas décadas. A globalização, a digitalização, a proteção climática e as alterações demográficas são apenas alguns dos fatores que desafiam tanto as empresas como o Estado. “O futuro da Alemanha como local de produção está agora a ser decidido” – é assim que os principais representantes empresariais descrevem a situação atual. A administração, o setor de serviços e a indústria manufatureira desempenham um papel importante. Eles estão intimamente interligados e influenciam-se mutuamente. Um setor transformador estável e competitivo tem um impacto positivo no setor dos serviços, que também está em mudança e se baseia cada vez mais em tecnologias digitais. A administração, por sua vez, estabelece as bases para a inovação, o crescimento e o equilíbrio social através de legislação, regulamentação e medidas infra-estruturais.
Apesar desta ligação estreita, todas as três áreas estão sujeitas a numerosos desafios. Os actuais desenvolvimentos e desafios na interacção destes sectores são explicados abaixo. Também são discutidas possíveis oportunidades para a Alemanha como localização - sempre com vista a como a indústria transformadora pode ser fortalecida e de que forma o setor administrativo e de serviços pode contribuir para isso. Esta interação não é de forma alguma estática, mas sim sujeita a constantes mudanças. “Quem perder a mudança perderá competitividade no longo prazo”, alerta um empresário do setor industrial. Por esta razão, vale a pena olhar mais de perto as diversas facetas desta mudança e analisar como os três setores podem trabalhar em conjunto.
Importância da interação entre administração, setor de serviços e indústria de transformação
A economia alemã é frequentemente descrita como uma “potência industrial forte em termos de exportação”. Na verdade, uma parte significativa da criação de valor económico global ainda depende do sector transformador. A engenharia mecânica, a indústria automotiva, a química e a engenharia elétrica são apenas alguns exemplos de indústrias que tornaram a Alemanha conhecida mundialmente. Eles atuam como um motor de inovação e desenvolvimento tecnológico e garantem que a Alemanha seja considerada uma forte localização industrial.
Ao mesmo tempo, o sector dos serviços tornou-se um pilar estável da economia alemã. “O setor de serviços é há muito tempo a espinha dorsal da nossa sociedade moderna”, explica um analista de uma agência de consultoria. Cada vez mais empresas externalizam atividades que não fazem parte da sua atividade principal, como serviços de TI ou marketing, criando novos empregos neste setor. As fronteiras entre a indústria transformadora e a indústria de serviços também estão a tornar-se cada vez mais confusas, por exemplo, quando as empresas industriais não se concentram apenas em produtos físicos, mas também oferecem serviços digitais.
A administração estatal desempenha um papel central na criação das condições de enquadramento para ambos os sectores. Fornece infra-estruturas, regula a concorrência, cobra impostos e subsídios e estabelece normas através da legislação ambiental e laboral. “Sem uma administração funcional, os alicerces da economia entrarão em colapso”, enfatiza um alto funcionário da administração. Ao mesmo tempo, a administração exerce uma grande influência no desenvolvimento económico através da regulação e do apoio: fornece incentivos aos investimentos, apoia projectos sustentáveis e garante o cumprimento dos regulamentos.
Desafios atuais na indústria manufatureira
A indústria transformadora na Alemanha tem lutado com mudanças estruturais nos últimos anos. O aumento dos custos da energia, a concorrência internacional, os elevados requisitos de investimento em tecnologias amigas do clima e o aumento da automatização estão a mudar o cenário. Um desenvolvimento importante é a digitalização da produção, conhecida como Indústria 4.0: máquinas, produtos, cadeias de abastecimento e clientes estão interligados digitalmente. “Estamos no meio de uma fase de mudança em que a digitalização também está transformando fundamentalmente os setores industriais tradicionais”, afirma um especialista em digitalização em engenharia mecânica.
A automação e o uso da robótica levaram as empresas a agilizar seus processos. Embora isto aumente a produtividade, também pode custar empregos, especialmente se certas tarefas forem eliminadas ou transferidas para o estrangeiro. “O setor industrial deve reposicionar-se e formar adequadamente os seus trabalhadores”, alerta um sindicalista. Onde as empresas não conseguem resistir à concorrência internacional, por vezes ocorrem locais ou cortes massivos de empregos.
Além disso, as tensões geopolíticas, bem como o aumento dos salários e dos custos de produção na Alemanha estão a encorajar algumas empresas a deslocalizar partes da sua produção para regiões com melhor relação custo-eficácia. Esta externalização enfraquece a Alemanha enquanto localização porque se perde valor acrescentado local e empregos. Ao mesmo tempo, novos mercados oferecem oportunidades para empresas que operam com sucesso a nível mundial: alcançam uma base de clientes mais ampla e beneficiam de cadeias de valor internacionais. Mas se quiser estar presente nos mercados internacionais, precisa de capital suficiente, força inovadora e a estratégia certa.
Setor de serviços entre crescimento e novas exigências
O setor de serviços tem ganhado cada vez mais importância na Alemanha nas últimas décadas. A deslocalização de atividades da indústria transformadora para áreas de serviços especializados é apenas uma face deste desenvolvimento. Há também crescimento em setores como TI, consultoria, finanças, imobiliário e turismo. As novas tecnologias e modelos de negócio estão a tornar os serviços cada vez mais diversificados e, ao mesmo tempo, a ligá-los mais estreitamente aos processos industriais.
“Estamos a assistir a uma onda de inovação que a digitalização está a desencadear na indústria de serviços”, explica um gestor de uma empresa de TI. Big data, inteligência artificial e computação em nuvem permitem que os provedores de serviços entendam melhor seus clientes, desenvolvam novas soluções e otimizem processos. As chamadas empresas de plataforma são particularmente bem-sucedidas aqui e constroem grandes redes através das quais fornecem ou simplificam serviços.
Ao mesmo tempo, muitos prestadores de serviços têm de se adaptar às novas necessidades dos clientes. Cada vez mais consumidores e empresas exigem ofertas sustentáveis e ecologicamente sensatas. Esta evolução significa que as empresas estão a prestar mais atenção a questões como a neutralidade climática, a eficiência energética e o consumo responsável de recursos. “Os serviços sustentáveis já não são um tema de nicho, mas estão a tornar-se um factor competitivo central”, enfatiza um consultor para negócios sustentáveis. Isto significa que estão também a surgir novos perfis profissionais no sector dos serviços, mais estreitamente alinhados com os objectivos ecológicos e sociais.
Papel e desafios da administração estatal
A administração não só assume tarefas regulatórias, mas também molda ativamente as condições de enquadramento da economia. Isto afecta, entre outros aspectos, a política fiscal, as medidas infra-estruturais e o financiamento da investigação. Ao mesmo tempo, as próprias administrações públicas enfrentam grandes mudanças estruturais. A transformação digital exige uma modernização abrangente das autoridades e administrações para que os processos se tornem mais eficientes e os cidadãos e as empresas recebam serviços mais rápidos e fiáveis. “Temos de impulsionar corajosamente a mudança digital nas nossas autoridades”, alerta um executivo sénior de uma autoridade estatal.
Os efeitos de processos administrativos confusos ou lentos são particularmente evidentes quando se trata de aprovações para novas plantas industriais ou projetos de investimento. Longos tempos de processamento, burocracia e falta de recursos nos escritórios retardam as iniciativas empreendedoras. Isto é particularmente verdadeiro para as pequenas e médias empresas que não têm a mesma capacidade para os requisitos legais e administrativos que as grandes empresas. O proprietário de uma empresa de médio porte explica: “Nosso tempo e custos em termos de burocracia aumentaram imensamente. Isso torna difícil inovar e expandir nossas capacidades.”
Os políticos também enfrentam a tarefa de apoiar activamente a mudança estrutural. Isto inclui investimentos na educação e na investigação, na promoção de novas tecnologias e no apoio às regiões afetadas, por exemplo, se as indústrias tradicionais entrarem em colapso. Os governos federal e estadual criaram vários programas de financiamento, que vão desde vouchers de inovação até pacotes abrangentes de investimento. É importante que estas medidas sejam implementadas de forma consistente e direcionada para que realmente cheguem às empresas e aumentem a sua competitividade.
Desenvolvimento do emprego e resposta à perda de postos de trabalho
A discussão sobre cortes de empregos no sector industrial mostra quanta pressão este sector está sujeito. “Não devemos ficar de braços cruzados quando as principais indústrias de hoje podem já não ser competitivas amanhã”, alerta um representante do sindicato industrial. Além dos efeitos sociais imediatos – desemprego e perda de rendimentos – um declínio na produção industrial também tem consequências macroeconómicas, tais como receitas fiscais mais baixas ou receitas de exportação mais baixas.
No entanto, o declínio do emprego no sector industrial pode ser parcialmente compensado pelo crescimento no sector dos serviços. Não é raro que surjam novos empregos neste setor, por exemplo em áreas como as TI, a investigação ou a logística. No entanto, muitas vezes não é possível uma simples transferência de trabalhadores porque os requisitos em termos de conhecimentos, competências e qualificações variam muito. Como resultado, está a aumentar a necessidade de formação e reciclagem adicionais que abram perspectivas em indústrias promissoras para as pessoas afectadas.
As ofensivas de qualificação por parte da política e das empresas podem amortecer a mudança estrutural. Isto aplica-se tanto à promoção de competências digitais como à aquisição de novas competências técnicas. “A formação contínua não é uma opção, mas sim um requisito num ambiente de mercado em rápida mudança”, afirma um diretor de recursos humanos de um fornecedor automóvel. É crucial que as empresas, os sindicatos e as agências governamentais se unam e ofereçam programas baseados nas necessidades, para que o maior número possível de trabalhadores possa acompanhar as mudanças no mundo do trabalho.
Impacto das importações e cadeias de abastecimento internacionais
A globalização fez com que as cadeias de abastecimento estivessem agora fortemente interligadas a nível internacional. Muitas empresas na Alemanha compram matérias-primas, produtos intermediários ou determinados componentes do exterior. Por um lado, beneficiam de preços de compra mais baratos, por exemplo se comprarem em países com custos de mão-de-obra ou de energia mais baixos. Por outro lado, isto também aumenta as dependências, o que pode revelar-se problemático em tempos de crise. “Foram apenas os recentes estrangulamentos nas entregas que nos deixaram claro o quão vulneráveis são as nossas cadeias de abastecimento”, salienta um especialista em compras da indústria automóvel.
Embora as importações mais baratas conduzam a preços mais baixos para os consumidores, podem exercer pressão sobre o sector transformador, especialmente quando a concorrência de produtos estrangeiros mais baratos é muito forte. Em alguns casos, as empresas transferem parte do seu valor acrescentado para o estrangeiro, a fim de aí produzirem em condições mais favoráveis. Isto tem os já mencionados efeitos negativos na Alemanha como local. Ao mesmo tempo, este passo é vital para que algumas empresas sobrevivam na concorrência internacional. “Tivemos que realocar algumas de nossas unidades de produção no exterior para permanecermos competitivos. “Não foi uma decisão fácil, mas foi uma necessidade económica”, explica o diretor-gerente de uma empresa de médio porte.
Por outro lado, as cadeias de abastecimento globalizadas também oferecem oportunidades: o acesso aos mercados globais permite que as empresas inovadoras cresçam rapidamente e alcancem clientes a nível internacional. Além disso, através das importações, as empresas alemãs obtêm tecnologias e produtos intermédios que (ainda) não conseguem produzir sozinhas. A combinação de know-how local e recursos internacionais pode levar a novos produtos e modelos de negócios. “A globalização é ao mesmo tempo uma oportunidade e um desafio para nós”, resume um gestor de exportações de uma empresa de tecnologia.
Consequências económicas de um setor industrial fraco
Se o sector industrial enfraquecer a longo prazo, isso terá consequências de longo alcance. Tradicionalmente, a economia alemã depende fortemente da exportação de bens industriais. Os produtos “Made in Germany” gozam de excelente reputação internacional, pelo que as flutuações neste segmento têm um elevado impacto no produto interno bruto. Um sector industrial fraco também significa que menos pode ser investido em investigação e desenvolvimento. Isto é particularmente crítico porque as inovações surgem frequentemente no ambiente industrial e só mais tarde se espalham para o sector dos serviços.
Além disso, a força inovadora em todo o país é prejudicada quando os principais sectores industriais perdem importância. “A nossa experiência mostra que uma indústria forte constitui a espinha dorsal do progresso tecnológico e da prosperidade social”, sublinha um renomado investigador económico. Sem tais impulsos, a Alemanha e as suas empresas correm o risco de ficar para trás na corrida global pela inovação. Isto poderia resultar numa espiral negativa: menor investimento, menor competitividade, ainda menos produção e, portanto, maior desemprego e queda das receitas públicas.
Além disso, muitos empregos industriais são comparativamente bem remunerados e contribuem para uma classe média estável. Um declínio nesta área poderia aumentar a desigualdade social. Ao mesmo tempo, os elevados custos sociais causados pelo desemprego estão a exercer pressão sobre os orçamentos públicos. Para o sector dos serviços, a redução do poder de compra também significa menos procura pelas suas ofertas. Tudo isto sublinha a importância de um sector industrial estável no que diz respeito à saúde económica geral da Alemanha.
Medidas para fortalecer o setor manufatureiro
Nos últimos anos, os políticos desenvolveram vários instrumentos para apoiar a Alemanha como localização industrial e torná-la preparada para o futuro. Estas incluem, entre outras coisas, reduções fiscais para as empresas, a redução dos impostos sobre a electricidade em determinados sectores e melhores opções de amortização para investimentos. O objetivo é aliviar os encargos que pesam sobre as empresas e dar-lhes mais margem financeira para investigação, desenvolvimento e modernização.
“Precisamos de incentivos de investimento mais claros para que as nossas empresas possam investir em tecnologias digitais e amigas do clima”, exige um representante de uma associação industrial alemã. O objectivo de tornar a indústria mais respeitadora do clima exige enormes investimentos em novos processos de produção, investigação de materiais e fornecimento de energia. É por isso que o governo também apoia projetos promissores nas áreas da eletromobilidade, tecnologia do hidrogénio ou tecnologia de armazenamento, a fim de apoiar as empresas na construção de novas cadeias de valor.
Outras medidas incluem a expansão do subsídio à investigação para motivar as empresas a aumentarem as atividades de investigação, bem como a melhoria das opções de financiamento para start-ups e empresas jovens. Desta forma, ideias inovadoras podem estabelecer-se no mercado mais rapidamente e dar um novo impulso à indústria estabelecida. A extensão dos regulamentos de compensação dos custos de energia ou a criação de um fundo nacional de matérias-primas também são medidas para reduzir os riscos nas compras e tornar os custos para as empresas mais previsíveis.
A digitalização como chave para a administração, o setor de serviços e a indústria manufatureira
A digitalização é um tema central para todas as três áreas. Para as empresas da indústria transformadora, a ligação em rede de máquinas e processos oferece grandes oportunidades para tornar a sua produção mais eficiente. “Usando sensores modernos e análise de big data, podemos detectar e corrigir até mesmo os menores erros na produção em um estágio inicial”, explica um gerente de produção de um fornecedor automotivo. Ao mesmo tempo, surgem novos modelos de negócio quando as empresas não só vendem produtos, mas também oferecem serviços digitais ou baseados em dados.
No setor de serviços, a digitalização aumenta a variedade de ofertas. Plataformas online, segurança de TI, soluções em nuvem ou serviços baseados em IA são agora indispensáveis. Ao mesmo tempo, a concorrência está a crescer – as empresas internacionais de tecnologia, em particular, estão a penetrar nas áreas de serviços tradicionais. Portanto, a capacidade de desenvolver rapidamente novas aplicações e adaptá-las às novas necessidades dos clientes é um fator competitivo crucial.
A administração estatal também enfrenta um impulso de digitalização. Os serviços digitais ao cidadão, os procedimentos de aprovação online, os registos centrais de dados e a automatização dos processos de rotina visam simplificar os procedimentos administrativos e reduzir os tempos de processamento. “Se expandirmos consistentemente os processos administrativos digitais, a Alemanha como um todo será beneficiada como local de negócios”, enfatiza um alto funcionário administrativo. Embora exista uma variedade de programas políticos para a modernização digital, muitas vezes há falta de recursos humanos e técnicos quando se trata de implementação prática.
Globalização, conflitos comerciais e riscos geopolíticos
A globalização é uma força motriz para a mudança na administração, no sector dos serviços e na indústria transformadora. As empresas já não exportam apenas para países vizinhos da UE, mas também para a Ásia, América do Norte e do Sul e África. Muitas vezes criam subsidiárias locais ou unidades de produção para melhor servir os mercados de vendas. “Se quisermos pensar globalmente, também temos de agir localmente”, explica um gestor de uma empresa global de engenharia mecânica.
Ao mesmo tempo, os riscos geopolíticos aumentaram nos últimos anos: os conflitos comerciais, as sanções e a instabilidade política podem limitar as cadeias de abastecimento e as oportunidades de exportação num curto período de tempo. Isto torna-se evidente, por exemplo, quando são impostas novas tarifas sobre as importações ou quando importantes rotas de transporte são bloqueadas devido a tensões políticas. Em tais situações, muito depende das competências diplomáticas e do poder de negociação dos políticos alemães e europeus. “Precisamos de uma política comercial externa estratégica que não nos torne dependentes de regiões individuais do mundo”, alerta um político económico.
As empresas estão a responder a estas incertezas com cadeias de abastecimento diversificadas para reduzir o risco de interrupções na produção. O nearshoring também é frequentemente considerado - ou seja, a deslocalização das etapas de produção para regiões geograficamente mais próximas - para que as rotas de entrega sejam mais curtas e menos propensas a perturbações. Ao mesmo tempo, permanece em aberto a questão de saber como as futuras crises afectarão o comércio mundial. O Estado pode facilitar a entrada ou saída das empresas nos mercados, mas, em última análise, as próprias empresas devem desenvolver estratégias de longo prazo que dependam da robustez e da adaptabilidade.
Sustentabilidade e proteção climática como motores da inovação
As alterações climáticas exigem que a economia e a sociedade sejam transformadas de forma sustentável. Isto afecta igualmente todos os três sectores. As empresas industriais devem reduzir os processos intensivos em CO₂, utilizar fontes de energia mais ecológicas e repensar toda a sua cadeia de valor. As empresas de serviços também têm a responsabilidade de desenvolver modelos ecologicamente aceitáveis, seja nas áreas de logística, turismo, finanças ou consultoria. E a administração deve fornecer incentivos específicos para que tecnologias e processos sustentáveis possam ser estabelecidos.
“Nosso objetivo é uma indústria neutra para o clima até meados do século”, enfatiza um representante do governo federal. Esta afirmação abre oportunidades para empresas que queiram abrir novos mercados para tecnologias sustentáveis: por exemplo, turbinas eólicas, tecnologia solar, armazenamento de energia e sistemas de transporte ecológicos podem garantir empregos e tornar-se novos sucessos de exportação. Ao mesmo tempo, porém, são necessários elevados investimentos em investigação e desenvolvimento. A interação com o setor de serviços também é importante aqui, pois serviços como manutenção, financiamento ou vendas devem ser redesenhados para atingir as metas de sustentabilidade.
Em termos concretos, isto significa: não só deve ser feito investimento em processos mais limpos na indústria transformadora, mas também são necessárias soluções de software e serviços de consultoria que possam controlar e monitorizar a transformação. “A proteção climática pode ser um motor de inovação se definirmos o rumo certo”, afirma um especialista em sustentabilidade. É, portanto, importante que as administrações acelerem os seus processos de aprovação quando as empresas investem em tecnologias verdes e que os políticos não criem incertezas jurídicas que bloqueiem as decisões de investimento.
As médias empresas como espinha dorsal da economia alemã
No contexto da economia alemã, falamos frequentemente de grandes corporações, por exemplo das indústrias automóvel ou química. Na verdade, uma grande parte do valor acrescentado e da inovação reside nas médias empresas, ou seja, nas pequenas e médias empresas (PME). “As pequenas e médias empresas são o coração da economia alemã”, diz-se frequentemente na política e nos meios de comunicação social. Essas empresas são caracterizadas por alta flexibilidade, relacionamento próximo com os clientes e habilidades especializadas em nichos.
Mas as empresas médias, em particular, estão a sentir particularmente a pressão da digitalização, da escassez de trabalhadores qualificados e da concorrência internacional. Muitos não dispõem dos recursos das grandes corporações para investir rapidamente em novas tecnologias ou para contrariar as flutuações do mercado global. “Contamos com condições estruturais fiáveis para não pôr em perigo os nossos projetos a longo prazo”, explica um engenheiro mecânico das zonas rurais. É, portanto, importante que os programas de apoio governamental e as reduções fiscais também cheguem às PME.
Além disso, garantir trabalhadores qualificados é essencial para as empresas de médio porte. À medida que a mudança demográfica na Alemanha se intensifica, torna-se cada vez mais difícil encontrar funcionários bem qualificados. A pressão adicional surge porque cada vez mais jovens querem seguir carreiras académicas, enquanto os estágios na indústria ou no artesanato tendem a ser menos populares. “Temos que fortalecer a imagem da formação profissional para que as médias empresas tenham jovens suficientes”, exige um político da educação.
Digitalização do mundo do trabalho: home office, IA e novas qualificações
A pandemia da COVID-19 teve um impacto duradouro na forma como trabalhamos. Muitas empresas de todos os setores aprenderam que os escritórios domésticos e as estruturas de trabalho flexíveis funcionam. Esta tendência não se limita aos setores de serviços. Também na indústria as atividades administrativas, de construção e de serviços de engenharia são cada vez mais realizadas à distância. “Convertemos a nossa TI num espaço de tempo muito curto e, assim, conseguimos permitir um trabalho eficiente a partir de casa no departamento de desenvolvimento”, afirma um gestor de projetos na indústria automóvel.
A inteligência artificial (IA) também é um divisor de águas para todos os setores. Os algoritmos podem reconhecer padrões em grandes quantidades de dados, fazer previsões ou apoiar processos de tomada de decisão. Na indústria transformadora, isto permite a manutenção preditiva das máquinas para que as falhas sejam minimizadas. Chatbots, análises automatizadas de clientes ou estratégias de marketing baseadas em IA são utilizados no setor de serviços. Na administração, as preocupações dos cidadãos poderiam ser processadas mais rapidamente através da IA e as tarefas de rotina poderiam ser automatizadas.
Todos estes desenvolvimentos conduzem à necessidade de novas qualificações e competências. Os colaboradores devem estar preparados para continuar a sua formação e aprender novas tecnologias. As empresas precisam de estratégias de gestão de talentos que não dependam apenas de perfis profissionais tradicionais, mas que também envolvam especialistas digitais, analistas de dados e especialistas em IA. “Apesar de toda a digitalização, as pessoas continuam a ser o elemento crucial em todas as empresas”, enfatiza um gestor de recursos humanos da indústria de TI.
Oportunidades e riscos para o futuro
A economia alemã está numa encruzilhada. Por um lado, a administração, o sector dos serviços e a indústria transformadora são chamados a moldar activamente a mudança e a adaptar-se às novas condições de mercado. Por outro lado, não se deve perder de vista a importância dos valores tradicionais como qualidade, fiabilidade e inovação. “A Alemanha deve continuar a representar excelentes produtos e serviços” é um credo amplamente ouvido nos negócios.
Embora os prestadores de serviços operem cada vez mais em ecossistemas digitais e desenvolvam novos modelos de negócio, a indústria transformadora terá de continuar a depender de inovações tecnológicas e de processos. Aqui, as parcerias entre a indústria e as empresas de serviços podem produzir efeitos de sinergia valiosos. Por exemplo, quando as empresas de engenharia mecânica cooperam com fornecedores de software para desenvolver sistemas de produção inteligentes, ou quando os fornecedores de logística oferecem serviços personalizados para cadeias de abastecimento industriais.
A administração, por sua vez, tem a tarefa de acompanhar a transformação como mediadora e projetista. Deve criar condições jurídicas e infra-estruturais, promover o desenvolvimento de novas tecnologias e manter a Alemanha atraente como localização. Isto também significa digitalizar os processos administrativos e reduzir a burocracia para que as empresas possam investir e expandir-se sem entraves. “Só se promovermos o espírito empreendedor é que garantiremos a prosperidade”, enfatiza um alto funcionário do governo.
O objectivo deve ser manter a Alemanha atractiva como local económico e de produção
A administração, o sector dos serviços e a indústria transformadora estão numa fase de profunda convulsão caracterizada pela digitalização, globalização, requisitos de protecção climática e mudanças demográficas. Para que a economia alemã continue a ser uma das principais nações industriais nas próximas décadas, é necessário que todas as três áreas trabalhem em estreita colaboração e se fortaleçam mutuamente. “Somos uma economia forte, mas não podemos descansar sobre os louros”, afirma um representante de uma importante associação empresarial.
A indústria transformadora continua a ser de importância central para a Alemanha. Aqui são criados produtos de alta qualidade, inovações e grande parte das exportações. No entanto, são necessários investimentos abrangentes em investigação, desenvolvimento e tecnologias sustentáveis para permanecer competitivo a nível internacional. O setor de serviços pode apoiar esse caminho como fornecedor de ideias e serviços, fornecendo soluções digitais, serviços de consultoria e serviços especializados. Ao mesmo tempo, a administração é obrigada a garantir condições-quadro fiáveis e eficientes, seja através da digitalização das autoridades, da rápida expansão da infraestrutura ou através de programas de financiamento direcionados.
Um factor-chave de sucesso será a qualificação da mão-de-obra. Especialistas da Indústria 4.0, especialistas em IA, desenvolvedores de software, mas também trabalhadores qualificados, são necessários para manter e expandir a criação de valor na Alemanha. A continuação da formação e o reforço da formação profissional ajudam a criar as condições para um mercado de trabalho flexível e competitivo. “Precisamos de uma ofensiva educativa que promova a inovação, a criatividade e a aprendizagem ao longo da vida”, exige um investigador educacional.
Por último, mas não menos importante, as empresas, bem como a política e a sociedade, devem estar preparadas para assumir riscos quando se trata de experimentar novas tecnologias e modelos de negócio. Isto envolve um certo nível de tolerância a falhas, que é essencial para a verdadeira inovação. Esta é a única forma de criar uma cultura de progresso e experimentação, na qual novas soluções são rapidamente dimensionadas e ideias de sucesso são desenvolvidas.
Todos estes esforços servem, em última análise, o objectivo de manter a Alemanha atractiva como local económico e de produção, garantindo empregos e assegurando a prosperidade de amplos sectores da população. “A economia alemã em mudança não é uma crise, mas uma oportunidade – se a moldarmos com coragem e visão”, é a conclusão de um especialista económico. Isto inclui a coragem para mudar, a vontade de investir, a coesão social e um entendimento comum de que a inovação e a tradição não são mutuamente exclusivas, mas antes enriquecem-se mutuamente.
No final, verifica-se que a administração, o sector dos serviços e a indústria transformadora só podem ter sucesso juntos. A digitalização cria novas oportunidades em todas as áreas, desde agências governamentais até fábricas de alta tecnologia. A globalização abre novos mercados, mas também exige repensar as cadeias de abastecimento e os modelos de negócio. As alterações climáticas exigem soluções sustentáveis que só podem ser alcançadas com a ajuda de novas tecnologias e estratégias inovadoras.
A Alemanha faz bem em reforçar o seu núcleo industrial e, ao mesmo tempo, explorar as oportunidades nos sectores dos serviços. Ao mesmo tempo, continua a ser da responsabilidade da administração orientar e apoiar este processo e intervir sempre que os mecanismos de mercado conduzam a consequências sociais ou ecológicas indesejáveis. O ritmo da mudança não deve ser subestimado: “Temos que definir o rumo certo hoje para ter sucesso amanhã”, afirma um executivo do setor.
Se este rumo for definido de forma responsável, a economia alemã poderá continuar a ser um dos principais intervenientes no mundo globalizado. Desta forma, a mudança pode tornar-se o motor do desenvolvimento dinâmico, inovador e sustentável. Cabe à política, às empresas e à sociedade trabalhar em conjunto numa estratégia sustentável e, assim, dar às gerações futuras na Alemanha uma perspectiva baseada na prosperidade, segurança e progresso.
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