Publicado em: 20 de abril de 2025 / Atualizado em: 20 de abril de 2025 – Autor: Konrad Wolfenstein

Google e Meta na mira dos reguladores antitruste dos EUA: Processos antitruste apesar dos laços estreitos com Trump – Imagem: Xpert.Digital
Google e Meta: Acordos Políticos vs. Leis Antitruste - O Fim do Monopólio da Publicidade?
Batalha pelo poder digital: Google, Meta e as autoridades antitruste dos EUA
No centro dos acontecimentos atuais está uma decisão histórica contra a gigante da internet Google, que, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, estabeleceu um monopólio ilegal no campo da publicidade online. Simultaneamente, um processo potencialmente existencial está em andamento contra a Meta, com a possibilidade de a empresa ser desmembrada. Embora ambas as empresas de tecnologia estejam disputando intensamente o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump — com doações para sua posse, conversas diretas e concessões políticas —, esses esforços parecem ter rendido poucos frutos até agora. Os processos antitruste, iniciados durante o governo Biden, continuam apesar do retorno de Trump à Casa Branca. Isso pode ter consequências de longo alcance para os modelos de negócios de ambas as gigantes da internet e alterar fundamentalmente o cenário digital.
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O veredicto contra o Google: um marco na luta contra os monopólios tecnológicos
O Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Leste da Virgínia, presidido pela juíza Leonie Brinkema, proferiu um veredicto claro: o Google estabeleceu um monopólio ilegal na veiculação de anúncios online. Em sua sentença de 115 páginas, a juíza afirma que a empresa não apenas "privou os concorrentes da oportunidade de participar do mercado", mas também prejudicou os operadores de sites — especialmente os editores — bem como os consumidores de informações e notícias online.
O juiz concluiu que o Google alcançou uma posição dominante em servidores e plataformas de anúncios por meio de concorrência desleal. Segundo o tribunal, o Google construiu e consolidou sistematicamente esse monopólio ao longo de mais de dez anos. Com uma participação de mercado superior a 90% no mercado global de publicidade na internet, não há dúvidas sobre a posição dominante do Google.
Práticas anticoncorrenciais do Google
O tribunal criticou particularmente a forma como o Google interligou seus diversos serviços. O juiz contestou especificamente a prática do Google de agrupar plataformas para distribuição e aquisição de publicidade online. Essa combinação de produtos tornou consideravelmente mais difícil para os clientes migrarem para ofertas concorrentes.
Um dos principais pontos de crítica é a conexão entre a plataforma de anúncios do Google, que faz parte do chamado Google Ad Manager, e os servidores de anúncios que o Google adquiriu com a compra da empresa de marketing de publicidade DoubleClick. Segundo o tribunal, essa vinculação impede o uso de produtos concorrentes. "Ao forçar os clientes de publicação do Google a usar um produto que talvez não usassem de outra forma, ao dificultar a competição entre servidores de anúncios em termos de desempenho e ao reduzir significativamente a participação de mercado dos concorrentes, essa vinculação tem efeitos anticompetitivos significativos no mercado aberto de publicidade gráfica na web", escreveu a juíza Brinkema em sua sentença.
Consequências para o Google e a reação da empresa
A decisão representa um duro golpe para o Google, embora as consequências específicas só sejam determinadas em processos futuros. É possível que o Google seja forçado a se desfazer de partes de seu negócio de publicidade. A cisão da plataforma Ad Manager e possivelmente de outros produtos está sendo discutida. Em um cenário extremo, uma divisão completa do negócio de publicidade, incluindo a separação do DoubleClick e do Admeld, poderia até ser exigida.
No entanto, o Google considera o caso "meio ganho". Os advogados do Departamento de Justiça dos EUA não conseguiram convencer a juíza de que as aquisições das plataformas de publicidade DoubleClick (2008) e Admeld (2011) eram inerentemente anticoncorrenciais. Embora a juíza tenha enfatizado que essas aquisições ajudaram o Google a fortalecer sua posição de monopólio em áreas de negócios adjacentes, ela decidiu que, por si só, elas não comprovavam que o Google havia alcançado um monopólio por exclusão.
Estratégia de defesa do Google
O Google já anunciou sua intenção de recorrer da decisão. A empresa rejeita as acusações, argumentando que os anunciantes têm muitas opções e escolhem o Google porque suas ferramentas são "simples, acessíveis e eficientes". Lee-Anne Mulholland, gerente do Google responsável por relações com os órgãos reguladores, reiterou essa posição e rejeitou novamente a alegação de monopólio.
Esta é a segunda decisão em poucos meses que pode impactar diretamente a posição de mercado do Google. No ano passado, um tribunal americano já havia considerado os contratos de exclusividade do Google no mercado de navegadores anticoncorrenciais. Esse caso dizia respeito ao domínio de mercado do navegador Chrome, pelo qual o Google pagou bilhões para que ele viesse pré-instalado por padrão em dispositivos.
Meta na mira dos reguladores antitruste dos EUA: O julgamento em curso
Além do Google, a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, também está sob investigação das autoridades antitruste dos EUA. A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA está conduzindo uma investigação contra a Meta, iniciada em dezembro de 2020, ao final do primeiro mandato de Trump.
A acusação: A Meta criou um monopólio ilegal no setor de redes sociais e serviços de mensagens por meio das aquisições do Instagram (2012), por aproximadamente um bilhão de dólares, e do WhatsApp (2014), por cerca de 22 bilhões de dólares. A FTC alega que, de 2016 a 2020, o Facebook detinha uma participação de mercado média de 80% em smartphones e 98% em PCs entre os usuários ativos diários, com essa participação nunca caindo abaixo de 70%.
Desmantelamento iminente da Meta
Para a Meta, os riscos são extremamente altos. Reverter as aquisições seria potencialmente devastador para a empresa. O Instagram se tornou um importante motor de receita para a Meta, representando 48% da receita publicitária da empresa em 2024 – aproximadamente US$ 32 bilhões. Em 2025, espera-se que o Instagram atinja metade da receita publicitária da Meta pela primeira vez, com a previsão de que esse número continue a crescer.
A FTC argumenta que a qualidade dos aplicativos da Meta diminuiu devido ao enfraquecimento da concorrência. A Meta, por outro lado, afirma que as aquisições beneficiaram os usuários e fortaleceram a concorrência. A empresa rejeita as acusações de monopolização, apontando, entre outros fatores, para a forte concorrência de outras plataformas como o TikTok.
Abordagens estratégicas contra Trump: os esforços do Google e da Meta
Diante da ameaça de consequências antitruste, tanto o Google quanto a Meta têm feito esforços intensos para conquistar o apoio do governo Trump. As empresas de tecnologia aparentemente estão buscando uma estratégia de reaproximação política para mitigar os potenciais efeitos negativos dos processos antitruste em andamento.
Ofensiva de Trump de Meta
Particularmente notáveis são os esforços do CEO da Meta, Mark Zuckerberg. Nos últimos meses, Zuckerberg se aproximou visivelmente de Trump. Ele esteve presente na posse de Trump e a Meta doou aproximadamente um milhão de dólares para o evento. Além disso, a Meta flexibilizou as regras para conteúdo em suas plataformas e descontinuou a verificação de fatos nos EUA.
Um sinal particularmente claro de reaproximação foi o acordo entre Meta e Trump sobre o pagamento de US$ 25 milhões como compensação pelo congelamento de suas contas após a invasão do Capitólio em janeiro de 2021. Desse montante, US$ 22 milhões serão destinados ao fundo da biblioteca presidencial de Trump.
O especialista em tecnologia Markus Beckedahl descreveu as ações de Zuckerberg como uma "guinada de 180 graus" e "a capitulação de Mark Zuckerberg a Donald Trump e seu governo iminente". Beckedahl enfatizou que a Meta atende a "quase todos os desejos e exigências do Partido Republicano", como a abolição da verificação de fatos e a imposição da "liberdade de expressão radical em todas as plataformas".
Segundo relatos da mídia americana, Zuckerberg chegou a apelar diretamente a Trump para persuadir a FTC a chegar a um acordo no processo antitruste em andamento. Em março, a Meta ofereceu inicialmente US$ 450 milhões à FTC para encerrar o caso, enquanto a agência exigia US$ 30 bilhões.
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esforços diplomáticos do Google
O Google adotou uma estratégia semelhante. A empresa também doou um milhão de dólares para a posse de Trump, e o CEO do Google, Sundar Pichai, esteve presente na cerimônia. Os esforços das empresas de tecnologia para obter o apoio de Trump chegaram ao ponto de instar conjuntamente o presidente a tomar medidas contra o que consideram regulamentações "excessivamente zelosas" da União Europeia.
A influência de Trump nas autoridades de concorrência dos EUA e na regulamentação internacional
Apesar de todos esses esforços, o Google e a Meta não parecem estar recebendo nenhuma ajuda substancial de Trump até o momento. Os processos antitruste, iniciados durante o governo Biden, continuam, e Trump ainda não tomou nenhuma medida concreta para interrompê-los ou atenuá-los.
Reestruturação da FTC e seu impacto
No entanto, Trump já ampliou sua influência sobre a Comissão Federal de Comércio (FTC) ao demitir os dois comissários democratas e buscar o controle total da agência. Essa reestruturação pode ter implicações de longo prazo para a aplicação das leis de concorrência nos EUA.
Tradicionalmente, a FTC era concebida como uma agência independente e bipartidária. As intervenções de Trump podem alterar fundamentalmente os métodos de trabalho da comissão. No entanto, os processos em curso contra o Google e a Meta demonstram uma tenacidade notável por parte dos reguladores antitruste dos EUA. Esses processos foram iniciados durante o primeiro mandato de Trump, continuaram sob Biden e agora podem – novamente sob Trump – ser concluídos.
Pressão sobre a regulamentação da UE
Outro aspecto é a potencial influência de Trump na regulamentação internacional de empresas de tecnologia, particularmente dentro da UE. Apple, Meta e Google estão pressionando Trump a intervir contra o que consideram a abordagem "excessivamente zelosa" da UE. As gigantes da tecnologia esperam que Trump possa pressionar a Comissão Europeia a flexibilizar ou reverter as regulamentações.
Há relatos de que alguns funcionários e diplomatas em Bruxelas nutrem considerável respeito pelo futuro presidente dos EUA. Isso poderia levar a Comissão Europeia a reavaliar suas investigações no âmbito da Lei dos Mercados Digitais (DMA) e possivelmente reduzir seu escopo.
Gigantes da tecnologia sob pressão apesar das manobras políticas
Os recentes acontecimentos demonstram que nem mesmo as maiores empresas de tecnologia do mundo estão imunes às consequências das leis antitruste – nem mesmo por meio de uma reaproximação política com figuras influentes como Donald Trump. A decisão contra o Google representa um marco significativo na luta contra os monopólios no setor digital e pode ter consequências de longo alcance para todo o setor tecnológico.
O Google pode estar enfrentando uma divisão ou reestruturação de sua divisão de publicidade, enquanto a Meta se depara com a potencial cisão de suas aquisições mais valiosas – Instagram e WhatsApp. Ambas as empresas estão competindo intensamente pela simpatia do governo Trump, mas até agora sem sucesso retumbante.
Os próximos meses mostrarão se os esforços políticos das gigantes da tecnologia darão frutos ou se as autoridades antitruste dos EUA continuarão em sua trajetória atual. De qualquer forma, os procedimentos em curso marcam um ponto de virada na regulamentação dos mercados digitais e podem alterar permanentemente o equilíbrio de poder na internet.
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