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Hiperscaler em nuvem: Análise das críticas do chefe da SAP Christian Klein e do potencial de inovação europeu

Hiperscaler em nuvem: Análise das críticas do chefe da SAP Christian Klein e do potencial de inovação europeu

Hiperescaladores de nuvem: Análise das críticas do CEO da SAP, Christian Klein, e o potencial de inovação europeu – Imagem: Xpert.Digital

Independência digital da Europa: por que o ceticismo de Christian Klein em relação aos centros de dados não se sustenta.

Soberania europeia da nuvem: a provocativa crítica de Klein aos hiperescaladores e a realidade da estratégia digital da UE.

A declaração provocativa do CEO da SAP, Christian Klein, sobre as ambições europeias em relação aos data centers gerou um importante debate sobre a soberania digital da Europa. Sua avaliação de que "muitos novos data centers com financiamento da UE na Europa não criarão um contrapeso aos hiperescaladores americanos" merece uma análise mais aprofundada. Embora a crítica de Klein aos investimentos descoordenados em infraestrutura seja justificada, ela ignora os pontos fortes específicos e as abordagens inovadoras com as quais a Europa está desenvolvendo alternativas genuinamente competitivas. A estratégia europeia para a nuvem não se baseia primordialmente em tentar replicar a magnitude dos hiperescaladores americanos, mas sim em soluções sustentáveis, compatíveis com a proteção de dados e interoperáveis, impulsionadas por iniciativas como o Gaia-X, projetos especializados de computação de alto desempenho e modelos de negócios inovadores de provedores europeus.

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A crítica de Klein no contexto das realidades europeias

O alerta contundente de Christian Klein contra os projetos de data centers europeus reflete desafios muito reais. Sua afirmação de que "a competitividade das indústrias automotiva ou química europeias não será alcançada com a construção de 20 data centers diferentes na França" levanta um ponto crucial sobre a eficiência na alocação de recursos. Klein argumenta que a Europa deveria aproveitar seus pontos fortes na aplicação de IA e software inteligente, em vez de se envolver em custosas batalhas por infraestrutura.

Os custos de energia representam, de fato, um desafio significativo. Segundo a Comissão Europeia, o consumo de energia dos centros de dados na União Europeia já atingiu 76,8 TWh em 2018 e a previsão é de um aumento de 28%, chegando a 98,5 TWh em 2030. Esses números reforçam o argumento de Klein sobre as desvantagens de custo das localizações europeias. A própria SAP permanece "completamente independente de infraestrutura" e oferece diversos níveis de segurança sem entrar em disputas de hardware.

Contudo, a própria estratégia corporativa de Klein revela a ambivalência de sua posição. Apesar de suas críticas públicas, a SAP, juntamente com a Deutsche Telekom, a IONOS, o Grupo Schwarz e a Siemens, planeja uma candidatura conjunta à UE para "grandes centros de dados para aplicações de IA". Essa aparente contradição sugere que Klein também reconhece a necessidade de investimentos estratégicos em infraestrutura europeia, desde que sejam coordenados e adequados.

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Estratégias de diferenciação europeias e vantagens competitivas

A Europa está deliberadamente a seguir uma estratégia diferente da dos hiperescaladores americanos, uma que se centra na diferenciação através da regulamentação, da sustentabilidade e da soberania dos dados. A iniciativa Gaia-X exemplifica na perfeição esta abordagem. Ao contrário de ideias erradas generalizadas, a Gaia-X “não é uma nuvem europeia no sentido de um hiperescalador monolítico, mas sim uma estrutura que estabelece uma arquitetura unificada para infraestruturas, normas e regras”.

O conceito Gaia-X visa evitar a dependência de fornecedores e criar uma “economia de dados competitiva, justa e confiável”. Essa abordagem gera valor agregado ao “reduzir dependências” e permite que as empresas “se libertem da dependência de fornecedores e transfiram seus dados entre provedores concorrentes”. A iniciativa se baseia em “infraestrutura descentralizada em vez de monopólios de plataforma”, representando, assim, uma alternativa ao capitalismo de plataforma americano.

Provedores europeus de nuvem, como OVHcloud e IONOS, já provaram que modelos de negócios alternativos podem funcionar. A OVHcloud anuncia "preços justos, transparentes e previsíveis, sem taxas para transferências de dados de entrada e saída" e promete "nenhuma concessão" em tecnologia e custo-benefício. A empresa fabrica seus próprios servidores e opera mais de 30 data centers próprios em todo o mundo, o que lhe permite controle total sobre a cadeia de valor.

A API Soberana Europeia para Nuvem (SECA), iniciativa da Aruba, IONOS e Dynamo, demonstra ainda mais a força inovadora da empresa. Essa “especificação de API padrão da indústria de nuvem aberta” promove “soberania e independência digital para empresas europeias” por meio de “interoperabilidade, escalabilidade e segurança aprimoradas”. A SECA permite que as empresas “implantem cargas de trabalho e aplicativos de forma integrada em diversos ambientes de nuvem de sua escolha”, mantendo “os mais altos níveis de segurança, controle e soberania de dados”.

Soberania tecnológica através da computação de alto desempenho

Embora Klein alerte contra ambições excessivas em relação a data centers, o sucesso da Europa em computação de alto desempenho demonstra o potencial de investimentos coordenados em tecnologia. O supercomputador JUPITER, no Centro de Pesquisa de Jülich, é um exemplo impressionante de inovação europeia. Classificado como o "supercomputador mais rápido da Europa", o JUPITER ocupa o quarto lugar na lista global TOP500 e também é "o sistema mais eficiente em termos de energia entre os cinco primeiros".

A importância do JUPITER vai muito além de suas especificações técnicas. Com sua "enorme capacidade computacional, o JUPITER abre novas possibilidades em diversos campos de aplicação", desde a simulação climática até o desenvolvimento de sistemas de energia sustentável. O sistema pode "treinar os maiores modelos de IA (Large Language Models) – em plena capacidade, o JUPITER precisa de menos de uma semana para isso".

A iniciativa conjunta EuroHPC demonstra como a cooperação estratégica europeia pode funcionar. Esta iniciativa "reúne os recursos da União Europeia, de 32 países europeus e de três parceiros privados com o objetivo de tornar a Europa líder mundial em supercomputação". Com um orçamento aumentado para 8 mil milhões de euros, a EuroHPC já "adquiriu cinco supercomputadores de tamanho peta, capazes de realizar pelo menos 10^15 cálculos por segundo".

Sustentabilidade como uma vantagem competitiva estratégica

Uma área em que a Europa desenvolveu vantagens claras sobre os hiperescaladores americanos é a sustentabilidade. Com seu regulamento delegado sobre a Diretiva de Eficiência Energética, a Comissão Europeia criou “padrões de eficiência para centros de dados”, estabelecendo um “sistema comum de avaliação da UE”. Esse sistema visa “incentivar os operadores a aumentar a eficiência energética” e “promover o uso de energia renovável, o aproveitamento do calor residual e o aumento da eficiência da rede elétrica”.

A nova Lei de Eficiência Energética (EnEfG) obriga os operadores de centros de dados a suprir 100% do seu consumo de eletricidade com fontes de energia renováveis ​​a partir de 2027. Estes requisitos regulamentares não só criam benefícios ambientais, como também vantagens competitivas para os fornecedores europeus que investiram precocemente em tecnologias sustentáveis.

Cientistas do Öko-Institut e do Fraunhofer IZM desenvolveram, pela primeira vez, uma metodologia holística que captura a pegada ambiental dos serviços em nuvem ao longo de todo o seu ciclo de vida. Essa transparência permite que os provedores europeus se diferenciem por meio de impactos ambientais comprovadamente menores. Os estudos já mostram uma ampla variação nas emissões de CO2 de diferentes provedores, criando oportunidades para vantagens competitivas por meio da eficiência.

A regulação como motor da inovação e da diferenciação de mercado.

A crítica de Klein à regulamentação europeia ignora seu efeito promotor da inovação. O GDPR e outras leis europeias de proteção de dados não apenas fortaleceram a proteção de dados pessoais, como também fomentaram novos modelos de negócios e tecnologias. Os provedores de nuvem europeus podem se diferenciar por meio de uma "soberania de dados genuína" verificável.

A Lei de Computação em Nuvem dos EUA representa um problema estrutural para os provedores americanos, já que "as autoridades americanas podem usar a Lei de Computação em Nuvem, por meio de agências como a NSA, a CIA ou o FBI, para ordenar o acesso a dados fora dos EUA". Essa incerteza jurídica cria oportunidades de mercado para provedores europeus que podem oferecer "máxima proteção contra tais regulamentações".

Como membro fundador do Gaia-X, a IONOS traz anos de experiência na exigente operação diária de uma nuvem IaaS e oferece o IONOS High Performance Cloud Stack, uma base ideal para o Gaia-X em computação em nuvem soberana. Esse posicionamento demonstra como empresas europeias podem transformar requisitos regulatórios em vantagens competitivas.

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Especialização em vez de competição em hiperescala

A força da Europa reside não na competição direta com os hiperescaladores, mas na especialização em áreas de aplicação específicas e nas necessidades dos clientes. Os data centers hiperescaláveis ​​são "instalações excepcionalmente grandes e poderosas" que "lidam com a crescente demanda por serviços de computação em nuvem". Suas características incluem "escalonamento automático", "data centers híbridos muito grandes" e "número de usuários infinitamente escalável".

No entanto, os provedores europeus podem competir oferecendo "desempenho superior, escalabilidade, redundância, eficiência energética e medidas de segurança de última geração" sem precisar atingir o porte dos hiperescaladores americanos. A OVHcloud demonstra isso com sua promessa de oferecer "o dobro do desempenho de um VPS a preços ainda mais baixos", criando simultaneamente "certeza em um mundo incerto" por meio de "preços justos, transparentes e previsíveis".

Os casos de sucesso de clientes europeus demonstram o potencial de abordagens especializadas. A Leetify conseguiu economizar aproximadamente 50% dos custos com a OVHcloud, enquanto o iATROS, um aplicativo de saúde certificado e baseado em IA, protege os dados dos pacientes em um ambiente de nuvem pública altamente seguro e em conformidade com as normas.

O caminho da Europa rumo à soberania digital

A crítica de Klein aos investimentos descoordenados em data centers europeus é justificada, mas sua conclusão é pessimista demais. A Europa está, de fato, desenvolvendo alternativas competitivas aos hiperescaladores americanos, não por meio de competição direta em escala, mas sim por meio de diferenciação estratégica. A combinação de vantagens regulatórias, tecnologias sustentáveis, soberania de dados e modelos inovadores de cooperação, como o Gaia-X, cria oportunidades de mercado únicas.

O sucesso do JUPITER em computação de alto desempenho demonstra que a Europa é, de fato, capaz de alcançar a liderança tecnológica global quando os recursos são coordenados e estrategicamente implementados. A estratégia europeia para a nuvem, portanto, não deve ser considerada um fracasso, mas sim uma alternativa deliberada aos modelos de negócios americanos, que prioriza a transparência, a sustentabilidade e a privacidade dos dados.

Os próprios planos de Klein para centros de dados compartilhados de IA demonstram, em última análise, que até mesmo as vozes mais céticas reconhecem a necessidade de investimento em infraestrutura na Europa. A chave reside na coordenação inteligente e na especialização, não em abrir mão da soberania digital. A Europa certamente tem potencial para se consolidar como uma concorrente inovadora no mercado global de nuvem – se souber aproveitar consistentemente seus pontos fortes específicos.

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