Publicado em: 31 de outubro de 2024 / Atualização de: 31 de outubro de 2024 - Autor: Konrad Wolfenstein
A grande reviravolta: como o mundo do trabalho em mudança está sobrecarregando os funcionários alemães
Hoje, o mundo do trabalho avança a um ritmo sem precedentes. As novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial (IA) e o trabalho remoto, estão a revolucionar a forma como trabalhamos. Esta transformação não só traz inúmeras vantagens, mas também apresenta novos desafios aos colaboradores. De acordo com um inquérito recente, cerca de 70% dos trabalhadores na Alemanha sentem-se sobrecarregados pelas rápidas mudanças no mundo do trabalho. As gerações jovens em particular, como a Geração Z e os Millennials, temem perder o contacto com as suas carreiras.
A dinâmica da mudança: causas e efeitos
Uma causa central da sensação de sobrecarga é a velocidade com que o mundo do trabalho está a mudar. Embora as novas tecnologias fossem introduzidas gradualmente, as inovações de hoje exigem uma adaptação rápida. Esta dinâmica rápida significa que os modelos e requisitos de carreira tradicionais estão a ser postos à prova. Em muitos casos, a experiência profissional por si só já não é suficiente para ter sucesso. A pesquisa mostra que 48% dos entrevistados estão cientes disso: reconhecem que a experiência profissional por si só não é mais suficiente para avançar no mundo do trabalho moderno.
O desafio do trabalho remoto: uma nova forma de trabalhar em conjunto
O trabalho remoto tornou-se parte integrante do mundo do trabalho, mas não isento de desafios. Um em cada três funcionários afirma que trabalhar em casa causa dificuldades. A comunicação e a colaboração, em particular, sofrem com a distância espacial. Um quarto dos entrevistados relata que o ambiente de trabalho híbrido dificulta a comunicação eficiente. As reuniões que aconteciam no escritório estão migrando para o espaço virtual, o que traz desafios não apenas técnicos, mas também sociais. A confiança, o espírito de equipa e as trocas espontâneas são mais difíceis de manter.
Especialmente quando se trata de tarefas criativas ou de resolução de problemas, muitas vezes falta uma troca direta que permita que ideias e soluções surjam mais rapidamente. Para criar um equilíbrio aqui, muitas empresas dependem de ferramentas digitais, mas nem todos os funcionários se sentem confiantes ao usar essas ferramentas.
Inteligência artificial: oportunidade e incerteza ao mesmo tempo
Outro tema central é a integração da inteligência artificial no trabalho diário. Embora a IA torne vários processos mais eficientes e automatize tarefas repetitivas, ela cria incerteza para muitos funcionários. 30% dos inquiridos gostariam de utilizar a IA no seu trabalho, mas sentem-se inseguros quanto à utilização desta nova tecnologia. Esta incerteza deve-se muitas vezes à falta de conhecimento sobre como a IA funciona e as suas capacidades.
A IA oferece inúmeras vantagens: pode automatizar tarefas rotineiras e dar aos funcionários mais tempo para tarefas criativas e estratégicas. Ao mesmo tempo, permite uma melhor análise de dados e ajuda as empresas a tomar decisões informadas. No entanto, são necessárias diretrizes claras e cursos de formação para que os funcionários possam utilizar o potencial da IA sem se sentirem sobrecarregados. Aqui, as empresas são obrigadas a proporcionar aos seus colaboradores a formação e a formação contínua necessárias.
O valor da formação contínua num mundo de trabalho digital
Para vencer os desafios da transformação digital, a aprendizagem contínua é essencial. Um terço dos funcionários enfatiza a importância da formação contínua. A mudança de requisitos exige novas competências que nem sempre são abrangidas pela formação anterior. Não se trata apenas de competências técnicas, mas também das chamadas “competências interpessoais”, tais como adaptabilidade, fortes capacidades de comunicação e responsabilidade pessoal.
Muitos funcionários reconhecem o valor da formação e estão a investir nas suas competências para sobreviver na era digital. Mais de 58 por cento recorrem a formação externa para ampliar os seus conhecimentos. Os empregadores devem apoiar isto, promovendo uma cultura de aprendizagem que ofereça aos trabalhadores tempo e recursos para formação contínua. Desta forma, criam uma situação vantajosa para todos: os colaboradores desenvolvem-se ainda mais e trazem novos conhecimentos para a empresa, o que também beneficia o empregador.
O papel dos empregadores: Criando uma cultura de aprendizagem
Dado o rápido ritmo da mudança, os empregadores devem desempenhar um papel ativo no apoio à melhoria das competências dos seus trabalhadores. Mas atualmente 28% dos funcionários não têm tempo para formação adicional. Isto é preocupante porque, sem competências suficientes, os trabalhadores têm dificuldade em acompanhar a evolução. Para contrariar esta situação, os empregadores são convidados a estabelecer e promover uma cultura de aprendizagem contínua.
Criar uma cultura de aprendizagem significa não apenas oferecer formação ocasional, mas criar sistematicamente oportunidades de aprendizagem. Estas incluem workshops regulares, acesso a cursos online e programas de mentoria que promovem a transferência de conhecimento dentro da empresa. Os colaboradores que recebem apoio contínuo sentem-se valorizados e mais engajados, o que também impacta sua produtividade e satisfação.
Gerações em Transição: Diferentes Perspectivas
Embora as gerações mais jovens, como a Geração Z e a Geração Millennials, se sintam fortemente influenciadas pelo rápido desenvolvimento do mundo do trabalho, os trabalhadores mais velhos percecionam esta mudança de forma diferente. Quase metade das gerações mais jovens teme ficar para trás nas suas carreiras se não se adaptarem com rapidez suficiente. As gerações mais velhas, por outro lado, parecem mais relaxadas. Apenas um terço das pessoas entre os 45 e os 54 anos e um quarto das pessoas com mais de 55 anos partilham esta preocupação.
Esta diferença pode ser parcialmente explicada pelo facto de os trabalhadores mais velhos já terem estabelecido as suas carreiras e enfrentarem menos incertezas. Os jovens colaboradores, por outro lado, estão muitas vezes no início da sua carreira profissional e têm de provar o seu valor num ambiente drasticamente alterado. O desafio das empresas é atender a ambos os grupos e oferecer oportunidades de formação e apoio adaptados às suas necessidades específicas.
Flexibilidade como chave para a viabilidade futura
Uma característica central do mundo do trabalho moderno é a flexibilidade. Não apenas os locais de trabalho, mas também os horários e modelos de trabalho estão se tornando cada vez mais flexíveis. No entanto, esta flexibilidade exige um elevado grau de auto-organização e responsabilidade pessoal por parte dos colaboradores. Embora estas competências estejam bem desenvolvidas para alguns, outros têm dificuldade em adaptar-se a estas novas condições.
O equilíbrio entre liberdade e responsabilidade deve ser concebido individualmente e especificamente para a empresa. Aqui é importante criar regras e estruturas claras que atendam tanto às necessidades dos colaboradores quanto aos objetivos da empresa. A flexibilidade só poderá ser bem sucedida se as empresas e os trabalhadores tiverem as competências necessárias para utilizar esta liberdade de forma produtiva.
O futuro do trabalho: um ato de equilíbrio entre tecnologia e humanidade
Integrar a tecnologia e tornar os modelos de trabalho mais flexíveis são passos importantes para satisfazer as exigências do mundo do trabalho moderno. No entanto, as pessoas não devem perder o foco. Muitas mudanças em um curto período de tempo podem causar estresse e sobrecarga, como mostram os resultados da pesquisa. Os empregadores são obrigados a encontrar um equilíbrio e a garantir que tecnologias como a IA não conduzem ao excesso de trabalho dos trabalhadores, mas servem antes como ferramentas para apoiar e aumentar a eficiência.
Juntos para o futuro
O mundo profissional do futuro está cheio de desafios e oportunidades. Empregadores e empregados devem trabalhar juntos para que a mudança seja bem-sucedida. A comunicação aberta, a formação contínua e uma cultura de trabalho flexível são cruciais para satisfazer as exigências do mundo profissional moderno. Ao apoiar ativamente os seus colaboradores, as empresas não só criam um ambiente de trabalho positivo, mas também a base para o sucesso a longo prazo. Só juntos o equilíbrio entre o progresso tecnológico e a cultura do trabalho humano poderá ser bem sucedido – para um mundo do trabalho que seja sustentável e enriquecedor para todos os envolvidos.
Versão resumida e detalhes: A experiência profissional por si só não é mais suficiente: 70% dos alemães estão sobrecarregados com seu trabalho
Um novo estudo do LinkedIn mostra que 70% dos funcionários alemães se sentem sobrecarregados com as rápidas mudanças no mundo do trabalho. Esta rápida mudança é caracterizada principalmente por desenvolvimentos tecnológicos como a inteligência artificial (IA), a automação e o aumento de modelos de trabalho remotos e híbridos. As gerações mais jovens, como a Geração Z e os Millennials, que temem ficar para trás nas suas carreiras, são particularmente afetadas.
Principais razões para exigências excessivas
1. Trabalho remoto e home office
Cerca de 30% dos entrevistados consideram trabalhar em casa particularmente desafiador. Muitos relatam dificuldades de produtividade e comunicação eficiente dentro da equipe. Os modelos de trabalho híbridos fizeram com que 25% dos trabalhadores sentissem que as suas capacidades de comunicação se deterioraram, tornando a colaboração mais difícil.
2. Inteligência Artificial (IA)
Cerca de 26% dos entrevistados sentem-se inseguros ao lidar com tecnologias de IA. Embora muitos trabalhadores considerem a IA útil no seu trabalho, muitas vezes não possuem as competências necessárias para utilizar esta tecnologia de forma eficaz. Isto leva a uma maior necessidade de formação adicional.
3. Medo de perder conexões profissionais
Quase metade dos Millennials (49%) e 46% da Geração Z temem ficar para trás devido às rápidas mudanças tecnológicas. Em contraste, as gerações mais velhas estão menos preocupadas: apenas 34 por cento das pessoas entre os 45 e os 54 anos e 23 por cento das pessoas com mais de 55 anos partilham estes receios.
Soluções
Muitos funcionários percebem que a experiência profissional por si só não é mais suficiente para ter sucesso no mundo profissional moderno. Cerca de 33 por cento enfatizam a necessidade de formação contínua para cumprir os requisitos. Os empregadores também são obrigados a promover uma cultura de aprendizagem contínua e a dar aos seus empregados tempo para formação contínua. Isto é crucial para que tanto as empresas como os trabalhadores permaneçam competitivos a longo prazo.
O estudo mostra que os desafios da mudança digital – especialmente o trabalho remoto e a IA – estão a sobrecarregar muitos funcionários alemães. É necessário um maior foco na formação contínua e na adaptabilidade para dominar com sucesso esta mudança.
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