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Colapso de conceito e estratégia no mercado de energias renováveis ​​com bombas de calor: causas, desafios e perspetivas

Publicado em: 6 de novembro de 2024 / Atualização de: 6 de novembro de 2024 - Autor: Konrad Wolfenstein

Colapso de conceito e estratégia no mercado de energias renováveis ​​com bombas de calor: causas, desafios e perspetivas

Conceito e estratégia Colapso no mercado de energias renováveis ​​com bombas de calor: causas, desafios e perspetivas - Imagem: Xpert.Digital

Colapso no mercado de energias renováveis ​​com bombas de calor: causas, desafios e perspectivas

Em 2024, o mercado alemão de bombas de calor sofreu uma queda dramática que levantou questões e incertezas de longo alcance. Apesar dos intensos esforços políticos para promover sistemas de aquecimento mais ecológicos, as vendas de bombas de calor caíram 54% em comparação com o ano anterior. Embora 356 mil dispositivos tenham sido vendidos no primeiro semestre de 2023, esse número caiu para apenas 90 mil no mesmo período de 2024. Este declínio maciço realça a discrepância entre os objectivos ambiciosos do governo federal e a realidade do mercado das energias renováveis.

A Federal Heat Pump Association (BWP) previu originalmente vendas de cerca de 500.000 bombas de calor para 2024, mas esta estimativa revelou-se demasiado optimista. As razões para esta queda são diversas e vão desde incertezas jurídicas a desafios económicos e técnicos. A questão de como o mercado das bombas de calor pode ser revitalizado é de importância central, não só para alcançar os objectivos climáticos da Alemanha, mas também para o futuro de todo o sector das energias renováveis.

Objetivos políticos e realidade

O governo alemão estabeleceu objectivos ambiciosos como parte da Lei da Energia dos Edifícios (GEG): A proporção de sistemas de aquecimento amigos do clima deverá ser aumentada significativamente, com as bombas de calor a desempenhar um papel central. Estes são considerados uma alternativa particularmente amiga do ambiente ao aquecimento convencional a gás e a óleo, uma vez que utilizam o calor armazenado no ambiente e, portanto, funcionam em grande parte livres de emissões. O governo federal planeja instalar até 950.000 bombas de calor anualmente até 2030.

No entanto, estes objectivos ambiciosos contrastam fortemente com a actual evolução do mercado. A queda drástica dos números de vendas em 2024 mostra claramente que não basta definir orientações políticas – as condições-quadro também devem ser adequadas para que os consumidores confiem nas novas tecnologias e estejam dispostos a investir nelas.

Incerteza causada pela Lei de Energia de Edifícios (GEG)

Uma das principais razões para o colapso nas vendas de bombas de calor é a incerteza causada pela nova Lei da Energia dos Edifícios (GEG), que entrará em vigor em 2024. A lei estabelece requisitos mais rigorosos para os sistemas de aquecimento, a fim de reduzir as emissões de CO₂ dos edifícios e atingir os objetivos climáticos. Embora estes regulamentos sejam fundamentalmente sensatos e necessários para combater as alterações climáticas, têm causado uma incerteza considerável a muitos proprietários de casas.

A situação jurídica muitas vezes opaca e em constante mudança, aliada à discussão sobre uma possível abertura tecnológica, conduz a uma atitude de esperar para ver.

Muitos potenciais compradores esperam porque não sabem se a sua propriedade é adequada para a utilização de uma bomba de calor ou se serão necessárias remodelações dispendiosas. Os edifícios mais antigos, em particular, muitas vezes não são adequadamente isolados ou têm sistemas de aquecimento desatualizados, o que torna a utilização de bombas de calor difícil ou mesmo impossível. Nesses casos, teriam de ser realizadas extensas medidas de renovação, o que dissuade muitos proprietários.

Além disso, a discussão sobre os planos de aquecimento municipal está a causar incerteza. Estes planos deverão estar disponíveis o mais tardar até 2028 e poderão prever fontes de energia alternativas, como o aquecimento urbano. Muitos consumidores hesitam, portanto, em optar por uma bomba de calor porque temem que o seu investimento possa ser desnecessário dentro de alguns anos.

Desafios técnicos em edifícios existentes

Outro problema reside nos requisitos técnicos para a utilização de bombas de calor em edifícios existentes. Embora os novos edifícios já sejam muitas vezes concebidos para que possam funcionar de forma ideal com uma bomba de calor - por exemplo, através de um bom isolamento e piso radiante - a situação é muitas vezes diferente nos edifícios mais antigos. Muitas dessas casas são mal isoladas ou possuem radiadores que dependem de altas temperaturas de fluxo. No entanto, as bombas de calor funcionam de forma mais eficiente a baixas temperaturas.

Para poder operar eficazmente uma bomba de calor num edifício antigo, são muitas vezes necessárias extensas medidas de modernização. Isto inclui, entre outras coisas, a melhoria do isolamento e a substituição de radiadores antigos por modernos sistemas de aquecimento de baixa temperatura, como piso radiante ou radiadores especiais para funcionamento com bombas de calor. Estas medidas causam custos adicionais e dissuadem muitos proprietários.

Fatores econômicos e programas de financiamento

Outro factor-chave no colapso do mercado é a situação económica de muitas famílias. A compra de uma bomba de calor envolve elevados custos de investimento - especialmente se forem necessários trabalhos de renovação adicionais. Embora existam programas de financiamento governamental para apoiar a mudança para sistemas de aquecimento ecológicos, estes muitas vezes não são suficientes para cobrir totalmente os elevados investimentos iniciais.

Além disso, o aumento dos custos de construção e de materiais nos últimos anos fez com que muitos proprietários tivessem de adiar os seus planos de construção ou renovação. Mesmo que sejam possíveis poupanças a longo prazo nos custos operacionais - uma vez que uma bomba de calor utiliza menos energia do que os sistemas de aquecimento convencionais - muitos consumidores ficam desanimados com os elevados custos iniciais.

Perspectivas e soluções

Apesar dos desafios atuais, existem formas de revitalizar o mercado das bombas de calor e torná-lo bem-sucedido a longo prazo. As campanhas de informação específicas, bem como os quadros políticos transparentes e fiáveis, desempenham um papel central.

1. Melhorar a situação da informação

Muitos proprietários não têm a certeza se a sua propriedade é adequada para uma bomba de calor ou quais as medidas que seriam necessárias para utilizar esta tecnologia de forma sensata. Os serviços de consultoria poderiam ajudar aqui: Consultores independentes de energia poderiam mostrar soluções individuais e, assim, fortalecer a confiança na tecnologia.

2. Ajuste dos programas de financiamento

A fim de tornar mais atrativa a mudança para sistemas de aquecimento ecológicos, os programas de financiamento governamental devem ser ainda mais alargados. As famílias com rendimentos mais baixos, em particular, necessitam de apoio financeiro adicional para poderem suportar esse investimento.

3. Avanços tecnológicos

A eficiência das bombas de calor poderia ser aumentada ainda mais através de inovações tecnológicas - por exemplo, através de novos sistemas que funcionem de forma eficiente mesmo a temperaturas de fluxo mais elevadas ou através de soluções híbridas que combinem diferentes fontes de energia.

4. Segurança no planejamento de longo prazo

A fim de eliminar incertezas relativamente aos planos de aquecimento municipal, estes devem ser elaborados o mais rapidamente possível. Quanto mais cedo os proprietários souberem se a sua região estará ligada a uma rede de aquecimento urbano ou não, mais cedo poderão tomar decisões informadas.

5. Promoção de medidas de remediação

Dado que muitos edifícios existentes não podem funcionar facilmente com uma bomba de calor, as renovações que poupam energia também devem receber maior apoio. Um melhor isolamento não só reduz as necessidades globais de energia de uma casa, mas também permite que uma bomba de calor funcione de forma eficiente.

Os altos preços da eletricidade funcionam como um desincentivo

Outro factor importante são os elevados preços da electricidade na Alemanha. Embora as bombas de calor sejam consideradas particularmente eficientes em termos energéticos e emitam significativamente menos CO₂ em comparação com o aquecimento a gás ou óleo, ainda necessitam de eletricidade para funcionar. Os elevados custos de eletricidade tornam o funcionamento de uma bomba de calor menos atrativo em comparação com os sistemas de aquecimento convencionais.

Os representantes da indústria apelam, portanto, a uma redução dos preços da eletricidade para os utilizadores de bombas de calor ou a tarifas especiais, a fim de tornar a operação economicamente mais rentável. Tal medida poderia ajudar mais famílias a mudar para esta tecnologia amiga do clima.

Melhor integração do planejamento térmico e do GEG

Outro fator de incerteza é a interligação do GEG com o planeamento térmico municipal. Muitos proprietários estão à espera porque não sabem se a sua região será ligada a uma rede de aquecimento urbano no futuro ou se outras soluções locais estarão disponíveis. Esta falta de clareza leva ao adiamento dos investimentos em novos sistemas de aquecimento. Criação antecipada de planos de aquecimento municipais: O planeamento térmico municipal deve ser acelerado, a fim de dar aos cidadãos clareza o mais rapidamente possível sobre o futuro fornecimento de calor na sua região. Quanto mais cedo os proprietários souberem se a sua região estará ligada a uma rede de aquecimento urbano ou não, mais cedo poderão tomar decisões informadas.

Regulamentações consistentes: É importante que as regulamentações para planejamento térmico e o GEG sejam elaboradas sem contradições. Atualmente ainda existem discrepâncias entre o GEG e a Lei de Planeamento de Calor (WPG) que necessitam urgentemente de ser esclarecidas5. Uma legislação clara e coerente ajudaria a restaurar a confiança dos consumidores.

Prorrogação dos períodos de transição

Os períodos de transição no GEG garantem que os proprietários tenham tempo para se adaptarem às novas regulamentações, mas muitos ainda se sentem sob pressão. A prorrogação destes prazos poderia ajudar a aliviar a pressão sobre os consumidores e dar-lhes mais tempo para tomar uma decisão informada.

Prazos mais flexíveis para edifícios existentes: Os edifícios mais antigos, em particular, requerem muitas vezes extensos trabalhos de renovação antes que uma bomba de calor ou outro sistema de aquecimento amigo do clima possa ser operado de forma sensata. Poderiam ser concedidos neste caso períodos de transição mais longos ou excepções adicionais.

Reforçar a confiança através de legislação estável

As frequentes alterações ao GEG enfraqueceram a confiança de muitos consumidores na transição para o aquecimento. Para recuperar esta confiança, é importante que as futuras alterações à lei sejam bem preparadas e claramente comunicadas.

Criar estabilidade: O governo deve ter cuidado para não fazer alterações de curto prazo no GEG ou pelo menos anunciá-las numa fase inicial. Isso ajudaria a criar segurança de planejamento para investidores e proprietários.

Melhor envolvimento dos cidadãos: Os cidadãos devem estar mais estreitamente envolvidos no processo de tomada de decisão para moldar a transição energética5. Isto poderá ser feito através de consultas públicas ou eventos informativos. Uma maior participação não só aumentaria a confiança, mas também ajudaria a garantir que as medidas fossem mais bem adaptadas às necessidades da população.

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